Portugal - Dicionário

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Arsejas (José Joaquim Nepomuceno).

 

n.        1800.
f.         26 de outubro de 1869.

 

Antigo livreiro e encadernador de Lisboa. 

Nasceu nesta cidade, no ano de 1800; faleceu a 26 de outubro de 1869. Era filho do antigo ator, um dos primeiros do seu tempo, José Joaquim Arsejas, que foi diretor das companhias dos teatros do Salitre e Rua dos Condes, o qual faleceu em 1838. Nepomuceno Arsejas, depois das primeiras letras e de ter começado o estudo de desenho e das línguas francesa e inglesa, por circunstâncias de família matriculou-se na classe de livreiro, em 1820. De 1821 a 1826 exerceu o lugar de ajudante do administrador da Gazeta de Lisboa, e pelo falecimento do administrador, serviu interinamente aquele lugar, até que os sucessos políticos de 1833 o obrigaram a deixá-lo. Em 1857 foi nomeado porteiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, continuando com o estabelecimento de livreiro e editor, situado desde 1836 na rua Augusta. Em 1863 foi transferido para o lugar de amanuense da secretaria da referida biblioteca.

Escreveu e publicou, em 1853, a seguinte obra: História contemporânea ou D. Miguel em Portugal: motivos da sua exaltação e a causa da sua decadência. Esta obra vai dividida em quatro épocas e um aditamento: a 1.ª começa em 1807 até 1820; a 2.ª em 1820 até 1823; a 3.ª de 1823 até 1828; e a 4.ª de 1828 até á convenção de 1834. A respeito desta obra lê-se o seguinte no vol. 10 do Dicionário bibliográfico, a pág. 24: “Esta compilação, embora se diga escrita com imparcialidade, tem sobejas provas das opiniões do compilador, afeiçoado ao partido denominado legitimista, por isso, os factos são quase sempre expostos segundo as suas ideias politicas Mas os próprios legitimistas não ficaram satisfeitos com ela, por certas exagerações que podiam considerar-se como ofensivas para algumas pessoas que cercavam D. Miguel. Encontram-se nesta obra documentos que seria difícil achar noutra parte. A edição exauriu-se dentro de pouco tempo”, etc. Arsejas editou também a tradução dalguns romances, em que se contam: O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas; A nódoa de sangue, do visconde de Arlincourt; Deus o quer, de Chateaubriand; O marquês de Puyglaurens, etc. Editou igualmente: Jornal de comédias e variedades, de que ao publicaram 27 números, contendo algumas farsas originais do editor; Almanaque histórico, saiu de 1856 a 1860; Museu de miscelânea histórica, saiu irregularmente; a coleção compreende 24 números, de 1861 a 1864; Índice das peças oficiais que se publicam no Diário do Governo. Saía um índice no fim de cada semestre no formato do Diário para se poder adicionar à respetiva coleção. Começou a publicar-se em 1851, sendo o último o de 1859, segundo parece. Depois deste ano alguns índices, que têm aparecido, são coligidos por diversos.

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume I, pág. 773

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral