Portugal - Dicionário

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D. Fernando, conde da Flandres
D. Fernando, conde da Flandres

 

Fernando (D.)

 

n.      24 de março de 1188.
f.       4 de março de 1233.

 

Infante, filho do rei D. Sancho I, e de sua mulher, a rainha D. Dulce. 

Nasceu a 24 de março de 1188, faleceu em Noien a 4 de março de 1233. 

Foi um dos mais valorosos capitães do seu tempo. 

Casou em 1211 com Joana, condessa e senhora proprietária dos Estados de Flandres, filha do conde Balduíno, que foi depois imperador de Constantinopla. 

Nas guerras que se deram entre a França e a Inglaterra, Flandres declarou se contra a França, e D. Fernando foi um dos primeiros generais na batalha de Bovinas, na qual comandava a ala direita, e Reginaldo, conde de Bolonha, a esquerda; na parte contrária achava-se Filipe Augusto, rei de França, e o duque de Borgonha. A vitória foi favorável aos franceses, e o infante D. Fernando ficou prisioneiro, havendo obrado tais proezas, que causaram admiração aos próprios inimigos. O infante foi levado para Paris, e ali o reteve muitas anos o rei Filipe Augusto, preso na torre do Louvre. A condessa Joana correu em sua defesa, mas as concessões que fez ao rei trouxeram a paz e não conseguiram a liberdade do prisioneiro. Obrigada a refugiar-se junto de Filipe Augusto por causa dum movimento popular, tratou com o rei que D. Fernando seria solto mediante 50.000 libras, a cedência de Lille, de Douai e de Ecluse, e a renovação do juramento de vassalagem dos senhores e dos burgueses de Flandres. O infante pôde livrar-se da prisão só em 1227 no tempo de Luís IX (São Luís), por mediação da rainha D. Branca, mãe deste monarca. Teve depois guerra com Henrique, duque de Brabante, e vindo a batalha, o venceu, e levou preso a Flandres. Passou mais tarde a compor grandes turbulências no condado de Namur, excitadas por Henrique de Luxemburgo, onde ganhou muitas praças por assaltos, outras por cerco, reduzindo assim à, antiga sujeição todo aquele país. O infante D. Fernando não se distinguiu só na guerra, também na direcção do Estado deu repetidas provas de bom governo.

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume III, págs. 382-383
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Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral