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Fidié
(João José da Cunha).
n.
finais do séc. 18.
f. 1856.
Tenente-general
reformado, comendador da Ordem de Avis, director do Real Colégio
Militar, etc.
Nasceu
nos fins do século 18, faleceu em 1856.
Assentou
praça como cadete em Janeiro de 1809 no regimento de Infantaria n.º
10, tomou parte na guerra da península, assistindo às batalhas do
Buçaco, Albuera, Vitória, Pirenéus, Nivelle, Nive, Orthez e
Tolouse, aos sítios de Olivença e Badajoz, e a diversos combates e
acções que se feriram até ao fim da campanha. Ofereceu-se depois
para ir na Divisão dos Voluntários de el-rei a Montevideo, mas não
foi admitido por ser tenente moderno. Em 1817 embarcou para o Brasil
uma divisão portuguesa, e como o seu regimento não havia sido
nomeado para essa expedição, trocou com um oficial de Infantaria
n.º 15, conseguindo assim partir para a América, onde serviu em
1817 e 1818.
Foi
ajudante de ordens do governador da ilha da Madeira em 1819 e 1820,
sendo nomeado em Dezembro de 1821 governador das armas da província
de Piáui. Voltando então de novo ao Brasil tomou posse daquele
cargo em agosto de 1822, e marchando logo para a vila de Parnaíba
sustentou uma renhida luta com os partidários da independência.
Chamado pelas autoridades de Caxias, foi dirigir a defesa dessa
vila, mas crescendo as forças dos revoltosos ao passo que as dos
defensores iam diminuindo pelas privações e pelo desalento, a praça
rendeu-se e Fidié foi preso e mandado oito meses depois entre uma
escolta para a cidade de Oeiras. Transferido para a Baía, passou ao
Rio de Janeiro onde ficou encarcerado na fortaleza da Vila Ganhão,
até que D. Pedro lhe deu liberdade, permitindo-lhe que regressasse
a Portugal. Em 1825 foi nomeado primeiro comandante do Real Colégio
Militar, e por vezes durante a ausência do director, ficou
encarregado da direcção deste estabelecimento até que, saindo de
Lisboa e apresentando-se no Porto ao duque de Bragança, foi por ele
nomeado subdirector do arsenal daquela cidade. Regressando depois a
Lisboa, foi director efectivo do Colégio Militar desde 183 7 a
1848, ano em que teve a sua exoneração, reformando-se em 1854 no
posto de tenente-general.
Escreveu:
Breves esclarecimentos acerca do Colégio Militar, oferecidos ás
Cortes, Lisboa, 1843; Varia fortuna de um soldado português;
é uma memória de interesse pessoal, e comprovativa das preterições
que alegava ter sofrido no acesso a postos superiores.
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