Religioso da Ordem de S. Domingos, bispo de Viseu, etc. 

Era natural de Lisboa, e faleceu no Campo Grande em maio de 1597. Chamava-se no século Pedro Afonso de Sousa, sendo filho do célebre governador da Índia Martim Afonso de Sousa, e de sua mulher, D. Inês Pimentel. 

Contra a vontade de seus pais, entrou na ordem dominicana, onde professou a 7 de março de 1557, tomando então o nome de frei António de Sousa. Saindo do reino, foi estudar na Universidade de Lovaina, onde alcançou o grau de bacharel em teologia, tendo recebido também o grau do mestre da mesma faculdade na sua ordem. Sendo pregador do rei D. Sebastião, foi eleito provincial em 1559, e, em 1580, havendo em Roma capítulo geral por morte do geral frei Serafim Caballi, e para eleição do novo geral frei Paulo Contrablli foi assistir a ele. Em 1594 foi nomeado vigário geral de toda a ordem dominicana, e a 4 de dezembro de 1595, bispo de Viseu; depois de ter residido por algum tempo na sua diocese, veio a Lisboa tratar-se de uma doença, e aqui faleceu. 

Deixou diversos manuscritos, imprimindo apenas a seguinte obra: Manual de Epicteto, filosofo, traduzido do grego em linguagem portuguesa, Lisboa, 1594; reimprimiu-se em 1595. Na ano de 1785 fez-se também em Lisboa uma outra edição, com o titulo: Manual do Epicteto, etc., novamente correcto e ilustrado com escólios, e anotações criticas, e dirigido ao ill.^mo e ex.^mo sr. duque de Alafões, etc.