|
Friedrich Herman von Schomberg
|
|
Schomberg é o paradigma do soldado mercenário do século XVII. Filho do Marechal do Palácio de Frederico V, Eleitor
Palatino, e de Ana, filha do 5.º Lord Dudley, serviu no exército holandês
de Frederico Henrique de Orange em 1633. No ano seguinte transferiu-se para
o exército sueco comandado por Bernardo de Saxe-Weimar, e em 1635 foi
para o exército francês, tendo comprado uma companhia num regimento
alemão. Em 1639, voltou ao exército holandês onde tinha adquirido o posto
de coronel, tendo entretanto sucedido nas propriedades da família e casado. Em 1650
estava ao serviço do Cardeal Mazarino durante as guerras civis da Fronda em França, sendo-lhe dado o posto de
Marechal de Campo em Outubro de 1652, sendo tenente general três anos mais
tarde. Ao serviço do exército francês participou, com o Marechal Turenne, na Guerra contra a Espanha e o
Príncipe de Condé. Devido à assinatura em 1659 da Paz dos Pirinéus entre a França e a Espanha, veio para Portugal. Em 24 de Agosto de 1660, assinou o contrato para servir como mestre-de-campo General do Alentejo, e comandante das tropas estrangeiras em Portugal, tendo chegado a Lisboa no dia 13 de Novembro seguinte. Tinha-se demorado devido a ter ido à Alemanha, para se despedir da mulher, e a Inglaterra para discutir o apoio militar a dar pela Inglaterra a Portugal, no seguimento das conversações que iriam dar à assinatura do tratado de paz e aliança entre Carlos II de Inglaterra e D. Afonso VI de Portugal, de 23 de Junho de 1661 . Esteve em Lisboa até Janeiro de 1661, após o qual se dirigiu para o Alentejo, em inspecção das praças de guerra da província. Participou em todas as campanhas e batalhas importantes que se realizaram no Alentejo de 1661 a 1668, nunca exercendo de jure, o comando do exército no Alentejo, para o qual tinha sido contratado. Segundo Hagner, traduzido do alemão pelo general Dumouriez, o seu contributo para o desenvolvimento da arte da guerra em Portugal, foi o ensinar o exército a acampar em formação de combate, o que fazia com que as saídas dos campos fossem muito mais rápidas. Introduziu também a organização regimental francesa, com efectivos mais reduzidos, o que levou ao desdobramento dos antigos terços criados logo a seguir à Restauração, que teve que ser posta em prática devido à compatibilização com a táctica utilizada pelas forças militares aliadas de Portugal, vindas de Inglaterra e França. E claro, ajudou a introduzir a moda francesa, com utilização da casaca em vez do gibão, à la Schomberg como ficou conhecida em Portugal. Regressou a França em 1668 tendo-se naturalizado francês. Em 1673 foi enviado a Inglaterra para ajudar Carlos II a organizar um exército de invasão da Holanda, mas regressou rapidamente a França para aconselhar Luís XIV no cerco da cidade de Maastricht em Junho desse mesmo ano. Em 1675, devido à morte de Turenne tornou-se um dos oito Marechais de França, sendo já duque. Em 1685, devido à revocação do Édito de Nantes, que tinha dado a liberdade religiosa aos protestantes, teve de abandonar a França. Veio residir para Portugal, indo mais tarde servir Frederico Guilherme de Brandemburgo, o "Grande Eleitor." Em 1688 foi emprestado, comandando um corpo de tropas "prussiano", a Guilherme de Orange e, em Novembro, foi nomeado 2.º comandante do exército que invadiu a Inglaterra, a pedido do Parlamento inglês, e destronou Jaime II. Naturalizado inglês em Agosto de 1689, foi-lhe dado o título de Duque de Schomberg entre outros, sendo nomeado Comandante-em-Chefe do Exército inglês que invadiu a Irlanda, que se tinha levantado em defesa de Jaime II. Morreu na célebre batalha do Boyne.
Fontes:
John Childs,
|
O Comando | | | A Cavalaria | | | A Infantaria | | | A Artilharia | | | A Engenharia | | | Os Serviços | | | As Milícias | | | As Ordenanças |