Ciências auxiliares da História.

 

4. Heráldica e Genealogia

 

HERÁLDICA.

Os brasões são símbolos permanentes de propriedade e reconhecimento de pessoas, entidades, cidades, países, etc. A regulamentação dos brasões esteve na Baixa Idade Média a cargo dos arautos ou heraldos; daí lhe veio o nome de heráldica.

As armas ou brasões clássicos, correspondendo às armaduras da Idade Média, compõem-se de escudo e elmo. Adornam o escudo figuras heráldicas coloridas (formas heráldicas puramente geométricas ou - nas armas falantes - figuras concretas). Adornando o elmo encontram-se o paquife e o timbre, onde se podem repetir as figuras do escudo, e as fitas esvoaçam nas cores principais das armas

em questão. O elmo pode eventualmente ser substituído pela coroa, pela mitra, ou pelo chapéu de prelado. As armas podem existir sem escudo nem elmo.

O valor da heráldica para a História reside no facto de - com certa reserva - as armas representarem determinada qualidade, grau de parentesco ou participação de quem as usa em determinada ordem ou confraria, e permitirem a identificação de retratos, monumentos, fundações, campas, etc. Além deste valor histórico individual, os brasões têm igualmente importância para o estudo da simbólica e da história da arte.

As armas e os símbolos que lhes correspondem não se confinam ao mundo anterior à revolução industrial; é ver, por exemplo, o pentagrama pintado em todas as viaturas militares, quer americanas quer soviéticas. De certo modo, as modernas marcas registadas traduzem, no mundo comerciai uma nova heráldica; há para elas registo idêntico ao que houve para os antigos brasões e também gozam de protecção legal. A importância da heráldica moderna revela-se sobretudo no estudo das bandeiras e dos brasões dos novos estados. A combinação dos símbolos e das cores assenta por vezes em tradições antiquíssimas, frequentemente em mera arbitrariedade moderna.

 

GENEALOGIA.

É «a ciência das relações de parentesco entre os homens» (Forst de Battaglia). Tendo como finalidade a prova de heranças e de direitos de hereditariedade, remonta a tempos muito antigos; como ciência metodicamente organizada, foi criada por J. G. Gatterer (1727-99) e O. Lorenz (1832-1904) cuja «teoria das gerações» como «sistema natural de períodos históricos» não encontrou aliás eco no seu tempo. As relações de parentesco podem ser expostas por formas diversas: quadro de antepassados, que, partindo de determinado individuo, começam por lhe referir os pais, em seguida os pais dos pais, etc.; quadro de descendência, que, partindo de um individuo, lhe apresentam os filhos, depois os filhos dos filhos, etc.; quadro genealógico, isto é, a descendência limitada aos portadores do mesmo nome, ou seja excluindo a descendência por parte das filhas do quadro de descendência; quadro de parentesco, que, de determinado aspecto, faz escolha a partir dos quadros acima referidos.

Na prática é raro a genealogia limitar-se à pesquisa de simples relações de parentesco (Inicio do Novo Testamento: «Abraão gerou Isaac – Isaac gerou Jacob...»), abrangendo também informações pessoais (prosopografia, biografia), referindo datas, itinerários e anedotas. Quando, em vez de se limitar ao parentesco de família, se debruça sobre círculos mais amplos (aldeias, cidades, países, grupos de emigração) a genealogia alarga-se em demografia, dificilmente se separando da História em geral, tornando-se então evidente até que ponto a genealogia e os acontecimentos de carácter pessoal constituem   a par do registo de direitos - uma das bases da historiografia.

 


História
Enciclopédia Meridiano // Fischer, vol. 3
págs. 60, 61 e 67.

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