Reis, Rainhas e Presidentes de Portugal
D. Fernando I
Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia, cognominado como o Formoso ou o Inconstante. Era filho de D. Pedro I e da rainha D. Constança. Subiu ao trono com vinte e dois anos, quando em Castela se disputava a coroa entre D. Pedro, filho legítimo de Afonso X e Henrique de Trastamara, um dos muitos bastardos do falecido rei com D. Leonor de Gusmão. Assassinado D. Pedro, D. Fernando abandonou a sua neutralidade e Portugal entrou puma sucessão de períodos de guerra a paz. D. Fernando alegando ser bisneto de Sancho IV, mas movido pela rivalidade comercial e marítima entre Lisboa e Sevilha, interveio nesse episódio peninsular. Foi reconhecido como rei em cidades do norte da península, aliado ao rei mouro de Granada, atraiu a si D. Pedro IV de Aragão, propondo-lhe casamento com sua filha D. Leonor. Em 1369 invade a Galiza. Mas D. Henrique II atravessa o Minho, apodera-se de Braga a cerca Guimarães a sai por Trás-os-Montes para ir em auxílio de Algeciras cercado pelo rei de Granada. Em 1371, com a intervenção do papa Gregório XI, os dois monarcas assinaram a paz de Alcoutim. D. Fernando comprometia-se a casar com D. Leonor, uma das filhas de Henrique II, porém ao casar com D. Leonor Teles não cumpria o tratado, o que se não teve consequências com Castela, pois Henrique II não se deu por ofendido, teve-as com a Nação a quem tal casamento não agradou. Surge então o duque de Lencastre que se apresentava como pertencente ao trono castelhano. A França apoiou o Trastamara, Portugal, o Duque de Lencastre. Nasceu aqui a expressão política da aliança luso-britânica, primeiro no tratado de Tagilde, depois o de Westminster, a 16 de julho de 1373 assinado entre os reis de Portugal a de Inglaterra. Henrique II invade novamente Portugal a chega a Lisboa onde entra em Fevereiro de 1373. O Cardeal Guido de Bolonha intervém como medianeiro a em Santarém foram assinadas as condições humilhantes de um novo tratado. Em 1378, com o Grande Cisma do Ocidente que opõe ao papa de Roma o papa de Avinhão, D. Fernando envolve-se em nova guerra com Castela. A Inglaterra tomou partido por Roma, a França por Avinhão. D. Fernando que oscilou entre um a outro papa, solicitado pela aliança com a Inglaterra, quebrada a paz com Castela recomeçam as escaramuças de um a outro lado da fronteira do Alentejo, sem que de ambos os lados se faça qualquer esforço para uma batalha decisiva que ninguém desejava. Em Agosto estabelecem-se negociações sem conhecimento da Inglaterra. Estas três guerras custaram a Portugal o preço de três derrotas e de três tratados de paz com cláusulas de vencido. Contudo, durante os períodos de paz, D. Fernando mostrou-se hábil com a sua política interna. São de salientar as suas medidas de fomento, como reparações de muitos castelos, a construção da nova muralha de Lisboa a do Porto, a criação do cargo de condestável, renovações de armamento, a promulgação da lei das Sesmarias, para defesa da agricultura, defesa da marinha mercante, numa série de medidas de grande alcance, o grande impulso dado à Universidade que foi transferida para Lisboa, além de outras que o revelaram como um rei de excelente visão administrativa.
Ficha genealógica: D. Fernando I nasceu em Lisboa a 31 de outubro de 1345 e morreu na mesma cidade a 22 de outubro de 1383. Casou em Leça do Balio, em Janeiro de 1372, com D. Leonor Teles, nascida em Trás-os-Montes por volta de 1350; tendo morrido em Tordesilhas a 27 de abril de 1386, filha de Martim Afonso Telo e de D. Aldonça de Vasconcelos, portanto prima de D. João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos. A nova rainha fora já casada com João Lourenço da Cunha, senhor do morgado de Pombeiro, sendo o consórcio declarado nulo para poder efectivar o matrimónio real. Tiveram a seguinte descendência: 1.
D. Pedro, nasceu por 1370; morreu de tenra idade; 2.
D. Afonso, nasceu por 1371; morreu de tenra idade; 3. D. Beatriz, nasceu em Coimbra no ano de 1372; casou em 1383 com D. João I, rei de Castela; morreu naquele reino depois de 1409. De
mulher que se ignora teve D. Fernando:
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Fontes:
Joel Serrão (dir.)
Joaquim Veríssimo Serrão,
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Página modificada em 14 de junho de 2015
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