© Kunsthistorisches Museum, Viena |
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D. Joana de Áustria |
Discurso de André de Resende
"Fala que Mestre André de Resende fez à princesa D. Joana, Nossa Senhora, quando logo veio a estes reinos na entrada da cidade Évora."
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Discurso de circunstância, recitado em Novembro de 1552, perante a princesa espanhola D. Joana de Áustria, filha de Carlos V e da imperatriz Isabel de Portugal, filha de D. Manuel, e irmã de Filipe II, casada com o príncipe D. João, quarto e último filho varão de D. João III, e único sobrevivente. Note-se a utilização desde o primeiro momento da palavra «desejada». De facto o casamento assim como o filho «que de vós nasça» eram ansiosamente desejados pelo país, desde há muito, cognome que será dado ao futuro D. Sebastião, nascido dezoito dias depois do pai ter morrido. |
"Vivais muitos anos e reineis muitos anos e de vós nasça quem sobre nós reine muitos anos" Princesa muito esclarecida! Princesa de nós tão
desejada! Se o imenso e excessivo prazer, que hoje em nós triunfa,
por palavras se pudesse explicar, muito pouco seria o que os poetas nas
coisas árduas e difíceis costumam desejar: cem bocas, cem línguas e na
voz aceira e incansável. Que não é tão leve nem tão medíocre o
alegre movimento de tantos corações, que por tão poucos instrumentos
assim facilmente se deixasse declarar; mas, já que desta parte a
impossibilidade nos tem desenganado a de outra não padece a qualidade do
tempo que com longa oração detenha a V. A. e impeça esta comum alegria
e aceso desejo de vos ver, que nem pode ter silêncio nem sofre dilação,
reduzindo-me ao que brevíssima e sumariamente não consente a razão que
deixe de dizer: - Princesa sereníssima! Esta vossa cidade, em outro tempo
casa e alojamento do valoroso e muito nomeado Sertório e, em este nosso,
frequente morada e habitação dos reis e príncipes, nossos senhores;
cidade em sua origem e fundação antiquíssima, na fé católica e religião
cristã entre todas as de Hispânia ou mais antiga ou tanto quanto a que
mais, em nobreza destes reinos a segunda e em lealdade, amor e serviço da
real coroa, deles sem dúvida a primeira, beija vossas reais mãos e por
um público e geral voto, com os ânimos cheios de tanto contentamento de
quanto o humano intelecto é capaz, pede a Deus Omnipotente que vossa
vinda a estes reinos seja felicíssima.
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