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Aboim (João Correia Manuel).
n.
1814.
f.
[ 1861 ].
Poeta
e jornalista, nasceu em 1814.
Foi
filho segundo de António Correia Manuel de Carvalho Aboim, fidalgo
cavaleiro da Casa Real, alcaide-mor de Cabrela, secretário da Mesa
da Consciência e Ordens na repartição da Ordem de Santiago.
Começou
a estudar o curso de marinha, e assentou praça como aspirante, em
1830; em 1884 pediu baixa, sem contudo deixar de cursar algumas
aulas superiores. Protegido pelo padre Marcos, arcebispo de Lacedemónia
obteve a nomeação de secretário da bula da Santa Cruzada e
depois, em 1838, a de amanuense de 1.ª classe do Ministério do
Reino, de que foi exonerado por circunstâncias políticas, segundo
se disse, sendo acusado como fazendo parte da redação do jornal
satírico O Peneireiro, jornal humorístico, que ele fundara
em 1855, tendo por colaborador Rodrigo Paganino; publicaram-se
somente vinte e cinco números.
João
de Aboim estivera no Rio de Janeiro uns quatro ou cinco anos, na
legação portuguesa, e dizem que vivendo também da sua pena;
escreveu então duas obras poéticas: O livro de minha alma e
Saudades da minha terra. Depois, em consequência das
eventualidades das respetivas empresas, foi empregado sucessivamente
na companhia do caminho-de-ferro de Lisboa a Sintra (1857); na
companhia setubalense de iluminação a gaz; na empresa particular
de construção de Louis Longe; e afinal na linha férrea do sul,
como fiscal do governo, falecendo em Setúbal, em 25 de novembro de
1861, com uma congestão cerebral. Nesta cidade, em 1859, redigiu um
semanário, intitulado O Improviso.
Escreveu,
além dos dois livros de poesias, em que já falámos: Devaneios
poéticos Lisboa, 1842; Os meus últimos versos, Lisboa,
1854; À tarde entre a murta, comédia em três atos; O recomendado
de Lisboa, num
ato; O Homem
põe e Deus
dispõe, em dois atos; As nódoas de sangue, drama
em três atos; Cada louco com sua
mania, em um ato; Wilhemina, romance de Paulo Foucher,
tradução do francês. Colaborou nos seguintes jornais: O Português,
Correio de Setúbal. Cisne do Sado, Curioso de Setúbal, As
Modas, Época e Jornal do Comércio. As obras dramáticas
representaram-se muito em Lisboa e no Brasil
.
Aboim, João de, 1814-1861 Biblioteca Nacional de Portugal
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