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Afonso (D.).
n.
8 de fevereiro de 1263.
f.
2
de novembro de 1312.
Filho do segundo matrimónio
de el-rei D. Afonso III e da rainha D. Beatriz.
Nasceu a 8 de fevereiro de 1263.
Quando D. Diniz subiu ao
trono, D. Afonso, incitado por alguns fidalgos descontentes levantou
discórdias no reino, protestando contra a legitimidade do irmão,
alegando que, apesar de ser o primogénito, D. Diniz devia ser
considerado como filho adulterino, por ter nascido ainda em vida de
D. Matilde, primeira mulher de D. Afonso, enquanto que ele, ainda
que filho segundo, nascera já depois do segundo casamento de seu
pai estar verdadeiramente legalizado por morte da condessa D.
Matilde. O papa, porém, tinha deitado a sua absolvição, e o
nascimento de D. Diniz, aos olhos dos católicos portugueses, ficara
legitimado sem a menor dúvida.
O soberano não receou as
pretensões do irmão enquanto ele se limitava a desabafar a sua cólera
somente por palavras, mas não deixava de lhe vigiar todos os
movimentos, e quando viu que o infante queria cercar de muralhas a
vila aberta de Vide, cujo senhorio seu pai lhe legara juntamente com
o de Marvão, Arronches e Portalegre, interveio logo, opondo-se
energicamente. D. Afonso, temendo a cólera do rei, passou para
Espanha, deixando alguns dos seus partidários encarregados de o
harmonizarem com D. Diniz. Efectuou-se uma composição, mas a discórdia
ficou sempre minando, reservando-se para mais tarde rebentar com
maior furor. Corria o ano de 1281. Em Castela eram grandes as discórdias
entre o rei D. Afonso X e um seu filho D. Sancho, e essas discórdias
ainda mais se agravaram depois da morte de D. Afonso X. D. Diniz
conservou-se sempre estranho, mas depois da morte do velho monarca,
o infante D. Afonso, sempre turbulento e desordeiro, obrigou o irmão,
ainda que indirectamente, a intrometer-se nas questões castelhanas.
Como as possessões, que tinha herdado, estavam situadas nas
fronteiras de Castela, tornavam-se um lugar de refúgio para os
fidalgos castelhanos descontentes, que, muitas vezes, auxiliados
pelo infante, entraram em correrias pelas fronteiras da sua pátria.
D. Sancho IV queixou-se ao rei de Portugal, e este, deveras
irritado, marchou contra o irmão, a quem sitiou em Arronches. O rei
de Castela veio auxiliá-lo, e os dois monarcas reduziram o infante
ao último extremo, o qual não podendo já resistir, fugiu para
Badajoz, onde se refugiou. A rainha Santa Isabel interveio então,
como anjo da paz, e conseguiu que os dois irmãos se reconciliassem,
obrigando-se D. Afonso a ceder a D. Diniz as vilas que possuía no
Alentejo, em troca de outras terras, no interior do país, e uma
certa quantia, paga anualmente.
D. Afonso havia casado em
Castela, com D. Violante, filha do infante D. Manuel, senhor de
Escalons; e ali viveu, até que as saudades da pátria o obrigaram a
voltar de novo a Portugal, morrendo em Lisboa, em 2 de novembro de
1312. Está sepultado na igreja de S. Domingos.
Genealogia
de D. Afonso, senhor de Portalegre
Geneall.pt
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