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Alorna
(Praça de).
Praça de Alorna
Praça
de guerra e fortaleza situada na margem direita do rio Arondem,
junto aos contrafortes dos Gates, na antiga província de Ussopá
dos domínios do Bounsuló, hoje extremo norte e limite
de possessões portuguesas na Índia. A fortaleza está estabelecida
num ponto militar péssimo, numa planície perfeitamente dominada
das alturas vizinhas. Todavia, considerava-se importante pela
grossura das suas muralhas e outros meios de defesa; sendo por isso
tenazmente defendida pelos inimigos nas nossas guerras com o Bounsuló,
e sempre audaciosamente atacada pelos nossos, como ponto
objectivo, indispensável para a conquista e segurança da
província de Bicholim. A 4 de maio de 1746 foi entrada e tomada
pelas tropas portuguesas sob o comando do intrépido vice-rei D.
Pedro Miguel de Almeida e Vasconcelos, marquês de Castelo Novo, que
ali ganhou o titulo de marquês de Alorna, em memória de tão
brilhante feito de armas. Por ordem do governo de Portugal e
tratados com o Bounsuló foi-lhe a ele entregue novamente a
praça de Alorna em 1761; e logo que se achou de posse dela começou
outra vez a guerra, que durou até que, em 25 de agosto de 1781, foi
reconquistada a fortaleza depois de valentemente luta pelo
governador D. Frederico Guilherme de Sousa.
O
terreno pertencente à praça é delimitado a sul pelo rio, e nos
restantes pontos cardeais por um largo e profundo fosso.
Compreende-se nele
a praça, um pequeno bairro da aldeia de Alorna, um terreno plantado
de palmeiras e outras arvores frutíferas, terras de arroz o outras
culturas. Entra-se para esta planície por uma pequena porta, que
demora ao Norte. O fosso externo, formado por dois grossos valados
de terra argilosa, ainda se acha coberto aqui e ali de denso
bambual, que no tempo da conquista era impenetrável, e ao abrigo do
qual os maratas ofereciam uma forte resistência, sem experimentarem
dano algum. Em 1863, e ainda em 1871, segundo refere Lopes Mendes na
sua Índia Portuguesa, achava-se o fosso todo povoado de
magníficas bananeiras, cujas folhos são consideradas de primeira
qualidade para embrulhar o tabaco, em forma de canudos ou viris
- espécie de cigarros - de que geralmente se usa em Goa. Uma única
porta, aberta no centro da cortina que olha para o rio, dá entrada
na praça, e, para se chegar a ela, passa-se por uma língua de
terra da largura de três metros, onde termina o fosso, em frente do
pequeno cemitério. A praça é um pentágono irregular com quatro
baluartes e um grande fosso, que facilmente se pode inundar com as
águas do rio, que também banham as muralhas pelo lado Sudoeste. As
muralhas estão perfeitamente conservadas, bem como os quartéis e
as mais oficinas. Em 1863 tinha a seguinte guarnição: um major da
4.ª secção, comandante e governador da praça, um alferes,
ajudante, um capelão, um sargento reformado fazendo serviço, um
cabo de esquadra, servindo de condestável, e um cabo e dez soldados
do 4.º Batalhão de Caçadores. Era artilhada unicamente com quatro
peças do ferro, uma em cada baluarte, sendo duas de calibre seis e
duas de calibre nove. Em 1836 foi a última vez que o canhão troou
sobre estas célebres muralhas de recordações gloriosas para o
crédito das armas portuguesas. Este baluarte, teatro de façanhas
heróicas dos portugueses, acha-se hoje como que abandonado e
servindo de presídio.
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