n.
[ 28 de setembro de 1850. ]
m.
[ 2 de dezembro de 1924. ]
Foi
um dos republicanos que fizeram a revolta do Porto, em 31 de janeiro
de 1891.
Formou-se
em direito na Universidade de Coimbra, no ano 1874, tendo feito o
curso com a maior distinção; enquanto estudante deu sempre provas
de grande inteligência e dedicação ao estudo, obtendo as
classificações devidas aos seus méritos provados. Era nessa época
muito dado a estudos filosóficos e metafísicos, de que é modelo
um trabalho escolar, publicado quando frequentava o terceiro ano do
curso; neste opúsculo mostrava-se favorável à doutrina de Kant.
Foi por essa mesma ocasião que fez a sua profissão de fé
republicana, tendo redigido um semanário intitulado Republica portuguesa, em que também colaboraram os Sr. Magalhães Lima,
Alves Morais, Lopes de Mello, Álvaro de Mendonça, Almeida Ribeiro,
ainda estudantes, Manuel de Arriaga, Silva Pinto e Albano Coutinho.
No começo da sua vida de estudante, redigira igualmente um periódico
chamado: o Liceu; o Dr. Alves da Veiga nasceu em Mirandela,
em 1850, e é filho dum abastado lavrador.
Quando
deixou a Universidade, foi instalar-se no Porto, onde estabeleceu banca
de advogado, e onde casou. O professorado também o atraiu; e a ele
consagrou uma parte do seu tempo. Mas o que mais o entusiasmava era
a propaganda republicana, à qual dedicou todos os sacrifícios.
Fundou no Porto um jornal para advogar as suas ideias, com o título:
A Discussão, que durou pouco tempo, e nem uma hora sequer
deixou de cumprir o seu dever de democrata sincero e devotado.
Orador eloquente tomou parte em quase todos os comícios e reuniões
que por esse tempo se realizaram no país. A sua palavra era
escutada religiosamente e sempre aplaudida como a dum apóstolo. Em
1875 e 1876, quando fixou a residência no Porto, foi um dos
redactores da Actualidade, jornal que se publicou pare se
fundar o centro eleitoral republicano, e na lista do governo provisório
figura o seu nome. Propôs se como candidato republicano pelo Porto,
mas perdeu a eleição. Nessa época, além de exercer a advocacia,
leccionava também particularmente algumas das matérias que
constituem o curso dos liceus. Quando ardeu o teatro Baquet, em março
de 1888, o Dr. Alves da Veiga recebeu em sua case a rainha senhora
D. Maria Pia, que foi ver ali uns desgraçados órfãos, que ele
recolhera. Foi companheiro do Sr. Magalhães Lima numa viagem ao
estrangeiro, em 1890.
Na
revolta de 31 de janeiro de 1891, de que foi uma das figures
primaciais, leu das janelas da Câmara Municipal a proclamação do
novo governo ao povo. Tendo-se malogrado a revolução, emigrou para
Paris, onde se conserva, sendo advogado dos consulados portugueses e
brasileiros, continuando sempre a entregar-se aos seus estudos
predilectos.