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António Pequito Seixas de Andrade
António Pequito Seixas de Andrade

Andrade (António Pequito Seixas de).

 

n.      10 de agosto de 1819.
f. 
       3 de setembro de 1895

 

Conselheiro, par do Reino vitalício, ministro de Estado.

Nasceu em Gavião a 10 de agosto de 1819, faleceu na mesma vila a 3 de setembro de 1895. Era filho do desembargador João Pequito de Andrade, e de D. Perpétua Maria Aires de Oliveira Seixas.

Concluiu a sua formatura em direito no dia 11 de julho de 1842, sendo o segundo estudante premiado do curso. Em 8 de julho de 1846 foi nomeado delegado do procurador régio para a Comarca de Portalegre. Pouco tempo exerceu este lugar, porque pediu a exoneração por desejar antes dedicar-se à advocacia, indo abrir banca de advogado, onde o seu nome se tornou célebre na defesa de causas da máxima importância. Filiou-se no Partido Reformista, foi eleito deputado em 1851 pelo círculo de Portalegre, e depois, sucessivamente representou em Cortes os círculos de Sardoal e Nisa até 1871. Era chefe da 2.ª Repartição no Ministério da Justiça, cuja demissão, em abril de 1869, se viu obrigado a pedir, em consequência do seu mau estado de saúde. Fez parte da Comissão de Revisão do projecto do Código Civil, sendo por esse motivo agraciado com a carta de conselho.

Foi ministro da justiça no Ministério presidido pelo bispo de Viseu, em julho de 1868, gerindo aquela pasta até agosto de 1869. Durante este tempo recebeu do governo espanhol a grã-cruz da Ordem de Carlos III. Foi na ocasião em que esteve no ministério que se perseguiu o terrível assassino João Brandão e a sua quadrilha, que infestavam a província da Beira e particularmente o distrito de Coimbra. Até então tinham sido protegidos pelos governos a pelas autoridades. Seixas de Andrade conseguiu libertar aquela província de semelhante flagelo. João Brandão e os seus companheiros foram presos e condenados, sendo escolhidos para os respectivos processos magistrados de rigorosa austeridade e intransigentes no espinhosíssimo cargo que exerciam. Seixas de Andrade entrou no Partido Progressista, por ocasião do pacto da Granja, tomando parte muito activa nas lutas políticas, como membro da câmara alta até 1890. Desde então conservou-se afastado da política, mas fiel às tradições liberais do Partido, quer notando o que lhe parecia injusto, quer fazendo ouvir a sua voz a bem do que sempre julgou útil e conveniente ao país. Foi sempre um propugnador incansável de princípios justos, por isso o seu nome não se ligava nunca a reformas decretadas, de que tinha a convicção terem sido presididas por conveniências partidárias e não por um princípio de justiça. Ao seu carácter justo e austero aliavam-se os mais nobres sentimentos de caridade a filantropia. A sua casa nunca o desvalido recorria inutilmente; dotou a Misericórdia de Gavião com oito contos de réis, e no testamento deixou um prémio perpétuo para ser dado todos os anos à aluna pobre que mais se distinguisse na escola pública da sua freguesia.

 

 

Genealogia de António Pequito Seixas de Andrade
Geneall.pt

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume I, pág. 498

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral