Angeja (D. João de Noronha Camões de Albuquerque
Sousa Moniz, 8.º conde de Vila Verde e 6.º marquês de).
n.
20 de abril de 1788.
f.
23 de junho de 1827.
Era 11.º senhor das vilas de Angeja, Bemposta, e parte da do
Pinheiro, por sucessão de juro e herdade; conde de Vila Verde, por
decreto de 14 de junho de 1804; par do reino por Carta Régia de 30
de abril de 1826, de que não chegou a tomar posse; gentil-homem da
câmara do rei D. João VI; tenente-general do exército, servindo
de governador das Armas da província do Minho, etc.
Nasceu a 20 de abril de 1788, faleceu em Braga a 23 de junho de 1827. Era
filho do 4.º marquês de Angeja, D. José Xavier de Noronha, e de
sua mulher D. Francisca Teresa de Almeida, filha dos 2.os
marqueses de Lavradio e 5.os condes de Avintes.
Sucedeu na casa de seu pai a 27 de dezembro de 1811 e nos títulos
a seu irmão D. Pedro José de Noronha, que foi o 5.º marquês,
ainda em vida de seu pai, o qual, faleceu a 27 de maio de 1804, e
por decreto de 4 de junho desse ano lhe foram confirmados, bem como
o tratamento de marquês parente. Seu pai, o 4.º marquês de
Angeja, acompanhou a família real ao Brasil, em 1807, onde chegou
ao elevado posto de marechal do exército. Ficando em Portugal, D.
João tomou parte na Guerra da Península, onde muito se distinguiu
nas batalhas do Buçaco e Albufeira, estando presente nos sítios de
Cidade Rodrigo e Badajoz. Antes de terminada a luta teve a promoção
de general. Em 1820 foi nomeado governador das Armas do reino do
Algarve e depois das da província do Minho, onde estava quando
rebentou a revolta absolutista em 1826. Abraçou imediatamente a
causa da liberdade, e combatendo as guerrilhas em Trás-os-Montes,
conseguiu reunir-se na Lixa com o conde de Vila Flor. Na ponte do
Prado e na ponte da Barca derrotou as forças realistas em Fevereiro
de 1827, e poucos meses depois faleceu em Braga.
O marquês de Angeja. era grã-cruz das Ordens de S. Bento de
Avis e da Torre e Espada (antiga); condecorado com a medalha de 4
campanhas da Guerra
Peninsular, e com as medalhas portuguesas pelas batalhas de Buçaco,
a 27 de setembro de 1810, de Albuera a 16 de maio de 1811, assalto e
sitio de Cidade Rodrigo, 7 a 9 de janeiro de 1812; condecorado com a
medalha espanhola pela batalha de Albuera.
Tinha
casado em primeiras núpcias a 20 de julho de 1806 com D. Maria Antónia
de Lencastre, filha dos 3.os marqueses de Abrantes e 7.os
condes de Vila Nova de Portimão. Deste consórcio não houve sucessão.
Enviuvando em 1808, passou a segundas núpcias, a 4 de novembro de
1812, com D. Juliana da Câmara, filha de D. Luís Gonçalves da Câmara
Coutinho Pereira de Sande, 11.º senhor das Ilhas Desertas, e 12.º
morgado da Taipa, e de sua mulher D. Maria de Noronha, filha dos 7.os
condes dos Arcos. Esta senhora faleceu no Rio de Janeiro em 1814,
deixando uma única filha, D. Maria do Carmo, que foi a herdeira de
sua casa e títulos, e 7.ª marquesa de Angeja. Passou ainda a
terceiras núpcias, a 30 de janeiro de 1815, com D. Mariana Castelo
Branco, filha dos 1.os marqueses de Belas, a qual morreu
em 1862, sem deixar sucessão. O 6.º marquês de Angeja teve uma
filha natural, nascida no Brasil, chamada D. Maria Rita de Noronha,
que foi legitimada pelo alvará de 28 de maio de 1815, e agraciada
com o título de viscondessa de Aljezur. Esta senhora casou com o súbdito
brasileiro Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, visconde de
Aljezur, em Portugal, pelo seu casamento, e veador da falecida
imperatriz do Brasil. O título fora concedido por D. Pedro V pelo
decreto de 15 de setembro e carta de 23 de outubro de 1858, sendo
Pereira Coutinho, nesta data, autorizado a usar desse título, que
mais tarde foi elevado a conde pelo decreto de 10 de abril de 1878.