Mestre
de escrita, ou professor de caligrafaria, como actualmente se diz,
no Real Colégio dos Nobres.
Foi
insigne no carácter de letra francesa. Morava no
largo do Pelourinho. Ignora-se a data do nascimento, mas ainda vivia
em 1794, sendo jubilado ou aposentado. António Jacinto de Araújo,
na sua Arte de Escrita, impressa neste ano, dá a entender
que ele era então de idade muito avançada, e chama-lhe "varão de
honrado comportamento, e único em Portugal em carácter de letra
francesa". Leonardo Pimenta e Antas foi um dos autores no género
cómico, que mais se distinguiram no século XVIII. Escreveu muitos
entremezes que se representaram com geral aplauso nos teatros de
Lisboa. José Agostinho de Macedo, seu contemporâneo, citava-o
muitas vezes com louvor, e chamava-lhe "um daqueles génios raros,
que por fatalidade vivem ignorados".
Eis
a relação dos
seus
entremezes e farsas: A ambição dos Tartufos invadida, Lisboa,
1770, tem no fim as iniciais L. J. P. e considera-se uma sátira aos
jesuítas; As desordens dos peraltas, entremez, Lisboa, 1771,
tendo no fim as mesmas inicias, bem como os que se seguem, todos
escritos em versos hendecassílabos pareados; O peralta
malcriado; Chocalho dos anos de D. Lesma, Lisboa, 1783; Os
casadinhos da moda, Lisboa, 1784; Entremez sobre o uso
das alcachofras e máquinas volantes, Lisboa, 1785.
Atribuem-se-lhe também alguns entremezes, que andam publicados anónimos
Entremez da assembleia do Isque, Lisboa, 1770; O velho
impertinente e alucinado, Lisboa, sem indicação do ano.
Pimenta e Antas é também autor do seguinte opúsculo, que
se imprimiu anónimo: Instrução metódica especulativa para os
mestres praticarem no ensino da formação dos caracteres de
escrever com os discípulos principiantes, Lisboa, 1774.