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Araújo
(José
Bóreas de).
n.
2 de maio de 1667.
f.
28 de dezembro de 1743.
Escrivão
da Casa de Ceuta.
Nasceu
em Lisboa a 2 de maio de 1667, faleceu a 28 de dezembro de 1743. Era
filho de Pedro de Araújo e de D. Madalena Bóreas, ambos de
conhecida nobreza.
Desde
a idade de dezanove anos anos, em que herdou de seu pai a propriedade do ofício
de escrivão da Casa de Ceuta, se ocupou até ao fim da vida,
exercendo vários cargos públicos de administração de fazenda,
com muita inteligência e probidade. "Nas horas vagas, diz Barbosa
Machado, no vol. II da Biblioteca Lusitana, pág. 831, que as
suas ocupações lhe permitiam, estudava filosofia natural
descobrindo a penetração do seu juízo sem direcção de mestre um
novo sistema do Fogo Elementar e Natural contra os ditames do príncipe
da Escola Peripatética, cuja obra ornada de erudição sagrada, e
profana colocou o seu nome entre os Corifeus da filosofia moderna".
Consta que foi muito perito em pintura, que exercia tanto com o
pincel como com a pena, executando desenhos que podiam competir com
os dos melhores professores. José Bóreas de Araújo rejeitou o
cargo de vedor da fazenda do Estado da Índia, e de outros cargos
ultramarinos igualmente mais honoríficos que rendosos, querendo
antes a glória de os merecer do que a conveniência de os aceitar.
Era muito caritativo, despendendo com os parentes e outras pessoas
necessitadas todos os interesses que auferia, reservando para si próprio
menos do que precisava.
Escreveu:
Discursos
da ignorância, em que se duvida do fogo Elementar, e se define o
material, e em consequência se dificulta a maior parte da Filosofia
Peripatética, tomo I e II, Lisboa, 1740; Livro de Contas,
onde por modo brevíssimo, e nunca praticado, se ensina as maiores
dificuldades de Aritmética, etc. Esta obra ficou em manuscrito.
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