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Arcádia
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Sociedade literária fundada em Portugal em 1756 no tempo do rei D. José, por
iniciativa de António Dinis da Cruz e Silva e Manuel Nicolau
Esteves Negrão, aos quais se associou o dr. António Gomes de
Carvalho, que com eles organizou o projeto dos estatutos. O fim desta
sociedade era pôr termo a uma infinidade de outras que existiam,
estragando o gosto literário, em vez de o educarem e
aperfeiçoarem. A Arcádia ora se reunia na real Casa das
Necessidades, ora na Junta do Comércio. Ali se liam poesias e se
faziam dissertações em prosa sobre a reforma literária. O lugar
onde se reunia chamava-se Marte Ménalo. Cada sócio adotava
o nome de um pastor, nome com que passaram à posteridade, a ponto
de serem por ele mais conhecidos do que pelo nome próprio. Estes
nomes eram os seguintes:
Domingos dos Reis Quita, Alcino Micénio; frei José do Coração de
Jesus, Almeno; Francisco José Freire, Cândido Lusitano;
Cláudio Manuel da Costa, Alceste Satúrnio; António Ribeiro
dos Santos, Elpino Duriense; António Dinis da Cruz e Silva, Elpino
Nonacriense; Pedro António Correia Garção, Córidon;
Francisco Manuel do Nascimento, Filinto Elísio; Domingos
Maximiano Torres, Alfeno Cíntio.
A Arcádia deixou de existir em 1776, pela dispersão de muitos dos
seus sócios, mas a sua influência protraiu-se até ao nascimento
do romantismo, e é a sua escola que toma brilhante o ultimo
período das letras clássicas em Portugal. A Arcádia procurou
renascer nos fins daquele século, com o título de Nova arcádia,
ou Academia das belas letras, mas depois de ter publicado o
Almanaque das Musas, única produção da sua efémera e ingloriosa
existência, extinguiu-se ante as agressões de Bocage, que dela
fazia parte, com o nome de Elmano Sadino.
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