|
|
|
Arnoso
(Bernardo Pinheiro Correia de
Melo, conde de).
n.
27 de maio de 1855.
f.
[ 21 de maio de 1911. ]
Fidalgo da Casa Real, capitão do Estado-maior de engenharia, cavaleiro da
Ordem de N. Sr.ª da
Conceição, comendador de Isabel a Católica, de Espanha; cavaleiro
da Ordem de S. Maurício e S. Lázaro, de Itália; oficial às
ordens do rei D. Carlos e seu secretário particular,
escritor contemporâneo, etc.
Nasceu em Guimarães, a 27 de maio de
1855. É filho do segundo matrimónio do primeiro visconde de
Pindela, João Machado Pinheiro Correia de Melo, fidalgo cavaleiro
da Casa Real, do conselho de S. M., comendador da Ordem de N. Sr.ª
da Conceição de Vila Viçosa (V. Pindela).
Sua mãe é a Sr.ª D. Eulália Estelita de Freitas Rangel de
Quadros, filha de António Moreira Lopes Machado, opulento
negociante, e de sua mulher, D. Maria Emília de Freitas de Melo e
Castro Rangel de Quadros.
O senhor conde de Arnoso acompanhou a
Pequim, em 1887, como secretário, o senhor conselheiro Tomás Rosa
numa missão diplomática, que tinha por fim celebrar um tratado com
a China, e foi o negociador do convénio do primeiro de Dezembro do
referido ano. É um apreciado escritor. Diz um dos seus biógrafos:
"O conde de Arnoso é de nascença; e teria de sê-lo pelas
imposições da sua vida, o que os franceses chamam um espírito prime-sautier
e que nós chamamos em português, quando se trata do coração, um
coração ao pé da boca. A inteligência dentro dele está
sempre de serviço, não tem férias; e ele encomenda-lhe em
curtíssimos prazos, as mais desencontradas tarefas. É assim que o
tenho visto tratar de negócios, apreciar homens e livros, escrever
ele próprio graciosos contos, encantadoras peças de teatro, vivas
notas de viagem, com uma velocidade de comboio expresso e com uma
igual despretensão, felicidade, elegância e gosto. A sua obra
literária é uma série de instantâneos do seu espírito, cuja
graça, cuja agudeza revelam, assim como os actos da sua vida
espelham o seu coração sempre em flagrante".
Sendo grande admirador do falecido
homem de letras Eça de Queirós, o senhor conde de Arnoso foi um dos
mais influentes para que se levantasse um monumento à sua memória, que breve será inaugurado no largo do Quintela. O distinto
fidalgo acompanhou Sua Majestade o rei D. Carlos a
Inglaterra, em janeiro de 1901, por ocasião do falecimento da
rainha Vitória, e foi assistir às cerimónias da coroação do rei
Eduardo VII, acompanhando sua alteza o príncipe D. Luís
Filipe. Também fez parte da comitiva real na viagem que suas
majestades realizaram em junho de 1901 às ilhas dos Açores e
Madeira.
O senhor conde de Arnoso tem colaborado
em diversos jornais, e está publicando actualmente uns artigos na Arte
e a Natureza, publicação quinzenal do Porto, editores Biel
& C.ª. Nas Novidades inseriu as suas notas da viagem a
Pequim, em 1887, as quais reuniu depois num livro com o título de Jornadas
pelo mundo, que publicou em 1895. É uma obra curiosíssima em
que descreve a China e o Japão. A edição foi feita pela casa
editora Magalhães & Moniz, do Porto. Pelo decreto de 28 de setembro de 1895 foi agraciado com o título de conde de Arnoso.
Até então assinava-se sempre Bernardo Pindela em todos os
seus trabalhos literários. O primeiro livro que publicou têm por
titulo Azulejos, impressões da sua vida de estudante na
Universidade Coimbra. De braço dado, escrito de parceria com
o primoroso poeta senhor conde de Sabugosa, edição da livraria Gomes,
Lisboa, em 1894; A primeira nuvem, comédia em um acto,
representada no teatro D. Amélia em Maio de 1902, editada pela casa
Ferin, de Lisboa, Suave milagre, em seis quadros, de
colaboração com o distinto escritor Sr. Alberto de Oliveira. É um
delicado trabalho, baseado num conto de Eça de Queirós, que se
representou no teatro de D. Maria, pela primeira vez, em 28 de dezembro de 1901, e se repetiu em bastantes noites, obtendo sempre
aplausos. O Suave milagre foi também publicado, pela casa
editora Ferin, em 1902, numa bela edição adornada de lindas
ilustrações.
Genealogia
do 1.º conde de Arnoso
Geneall.pt
Biografia do 1.º conde de Arnoso Phalerae
|
|
|
|
|