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Arsenal.
Grande
estabelecimento onde se fabricam e depositam armas, munições e
petrechos de
guerra; ou onde se fabricam e reparam as embarcações de guerra, e
se guardam todos os petrechos sobressalentes e mais objetos para as
equipar.
A
palavra arsenal tem, segundo vários etimologistas, origens
diferentes. Uns supõem que deriva do persa de Ters, navio, e
Hauo, casa. Outros encontram-lhe a origem na língua árabe,
deduzindo arsenal de darsena. Alguns ainda querem
derivá-lo do hebreu de Darasiná, que pouco difere do
antecedente, significando “casa onde se trabalha”.
Tercena, Taraçana e Ataraçana chamavam os
espanhóis aos estabelecimentos de construção naval. Darcena e
Arsenal denominavam os venezianos o armazém onde se fabricam
e guardam galés. Terça naval chamou, primeiramente, o
infante D. Henrique ao seu estabelecimento em Sagres.
A
origem dos arsenais remonta aos tempos em que as nações guerreiras
reconheceram a utilidade de terem locais e edifícios construídos
para neles se fabricarem os diversos objetos próprios para o ataque
e para a defesa. Esses estabelecimentos foram também em todos os
tempos cercados de fortificações que os punham ao abrigo de
quaisquer tentativas. Devem a essa circunstância o nome de arsenal,
arx navalis,
cidadela, posto. Os romanos tinham numerosos arsenais em
todos os confins do império. Hoje, salvo algumas exceções, os
arsenais estão encerrados em praças de guerra.
Há
duas espécies: arsenais para o serviço de terra e para o serviço
da armada. Os arsenais de terra são destinados, na maior parte, a
receberem e a conservarem as armas, munições e objetos de
equipamento, recebidos doutros estabelecimentos de fora. Compõem-se
na generalidade de um pátio principal que abriga o material da
artilharia e contém, além dos escritórios e alojamentos do
pessoal, vastas salas de armas portáteis e seus acessórios. Em
pátios secundários contêm oficinas de carpintaria, serralharia,
etc., para as reparações precisas. Numa parte mais afastada e
completamente isolada também, em geral, existe uma oficina de
pirotecnia e um ou mais paióis de pólvora. Em todas as
praças-fortes e capitais de estado existem arsenais deste género.
Os arsenais marítimos ou de marinha têm por fim a
construção, a reparação e o armamento dos navios de guerra. Para
isto encerram no seu recinto todas as oficinas, armazéns,
estaleiros, etc., que este tríplice destino reclama.
Independentemente das fortificações que os protegem do lado de terra, tem outras do lado do mar, dispostas de forma
a poder forçar as esquadras inimigas a conservarem-se o mais longe
possível. A entrada ordinariamente é fechada por um obstáculo móvel,
chamado a cadeia, porque consistia antigamente numa grossa
cadeia de ferro amarrada pelas extremidades e sustentada no meio por
barcos. Conquanto conserve o mesmo nome, este compõe-se hoje de peças
de madeira flutuantes, reunidas por anéis de ferro. Conserva-se ao
pé desta cadeia o navio almirante, no qual está estabelecido o
posto encarregado da guarda do arsenal. Os arsenais de marinha são
em geral colocados à borda de um rio ou mar.
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