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O Portal da História  > Dicionário > D. António Aloísio Jervis de Atouguia, 1.º visconde de Atouguia
O 1.º visconde de Atouguia
O 1.º visconde de Atouguia

Atouguia (António Aloísio Jervis de Atouguia, 1.º visconde de).

 

n.        7 de julho de 1797.
f.         17 de maio de 1861.

 

Bacharel formado em matemática, pela Universidade de Coimbra, lente proprietário na Academia Real de Marinha, secretario geral dos Açores, deputado, par do reino, director da Escola Politécnica de Lisboa, conselheiro do Tribunal de Contas, ministro de Estado, da Marinha e Ultramar, e dos Estrangeiros, governador civil do Porto, etc. 

Nasceu na ilha da Madeira a 7 de julho de 1797; faleceu em Lisboa a 17 de maio de 1861.

Vindo para o continente cursou a faculdade de matemática na Universidade de Coimbra tomou o grau de bacharel, e em outubro de 1822 foi nomeado lente substituto da Academia Real de Marinha. Mais tarde, em Junho de 1828, para escapar ás perseguições do partido absolutista, emigrou para Inglaterra, e no mês seguinte embarcou para a Madeira, com o intuito de ajudar o capitão general Valdez, a defender naquela ilha a causa liberal. Poucas horas depois do seu desembarque, a esquadra realista tomou o porto de Machico, e sendo por isso impossível a continuação da resistência, voltou para Inglaterra, onde esteve até fins de 1831. Partiu então para a ilha Terceira, e logo em março de 1832 tomou parte na expedição que foi contra a Madeira e Porto Santo. Em Junho seguinte foi nomeado secretário geral dos Açores, donde veio para a defesa do Porto, sendo adido ao estado maior imperial com o posto de capitão, depois transferido para o Real Corpo de Engenheiros, e nomeado secretário militar e civil do Porto. Como assistente do ajudante general Valdez, e como ajudante de ordens de Saldanha, comandante dum dos exércitos de operações, entrou o capitão Jervis de Atouguia em quase todos os combates que se deram até ao fim da campanha, ganhando durante a luta três graus na ordem da Torre e Espada, distinguindo-se sobretudo na batalha de Almoster. Depois da convenção de Évora Monte foi encarregado de acompanhar o infante D. Carlos, pretendente ao trono de Espanha, desde Montemor-o-Velho até a bordo da nau inglesa Donegal, que o transportou para longe de Portugal. Em 1834 foi nomeado lente proprietário na Academia Real de Marinha, sendo nesse mesmo ano eleito deputado pela ilha da Madeira.

Em 25 de junho de 1835 foi chamado aos conselhos da coroa encarregando-se da pasta dos negócios da marinha e ultramar, em que foi mais tarde substituído a 18 de novembro do referido ano, pelo visconde de Sá da Bandeira. Em 1836 teve a nomeação de governador civil do Porto, e tanto por esta cidade como pela ilha da Madeira foi escolhido para seu representante em cortes, e depois eleito deputado ás constituintes de 1837; recusou-se, porém, a tomar assento na respectiva câmara, e quando se deu a revolta dos marechais, entrou nesse movimento; sendo frustrada esta tentativa revolucionária, partiu outra vez para Inglaterra, mas aderindo à nova constituição de 1838, voltou à pátria, e entrou no parlamento. Em 1841 foi escolhido para presidente da câmara dos deputados, e em 1842 chamado novamente ao ministério, no gabinete presidido pelo duque de Palmela, que se formou para resistir ao movimento cartista do Porto, e onde se encarregou da pasta da Marinha. Esse ministério teve pouca duração, em consequência da rainha D. Maria II ter decidido aceitar a restauração da Carta. Depois do movimento da regeneração, Jervis de Atouguia foi deputado, em 1851, por Oliveira de Azeméis, e fez parte do ministério formado pelo duque de Saldanha, em 22 de maio do referido ano, cabendo-lhe então a pasta dos Negócios Estrangeiros, que em 4 de março de 1852 deixou, para entrar o visconde de Almeida Garrett, ficando encarregado dos negócios de Marinha e Ultramar, para que tinha já sido nomeado anteriormente. Quando Garrett saiu do gabinete, Jervis de Atouguia tornou a ocupar o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, em que se conservou até junho de 1856, ano em que todo o ministério pediu a demissão.

Jervis de Atouguia foi elevado ao pariato por carta régia de 13 de janeiro de 1852, de que prestou juramento e tomou posse na sessão da câmara respectiva de 5 de junho do referido ano. Em 15 de março de 1853, foi agraciado por D. Maria II, com o título de visconde de Atouguia, em duas vidas. Era comendador das ordens de N. Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa, da Torre e Espada, e de S. Fernando, de Espanha; grã-cruz das ordens da Legião de Honra, de França, da de S. Maurício e S. Lázaro, da Sardenha; de Leopoldo, da Bélgica; do Salvador, da Grécia; da Rosa, do Brasil; brigadeiro graduado do exercito. Casou com D. Maria Cândida Larcher, que faleceu a 28 de outubro de 1827.

 

 

 

Genealogia do 1.º visconde de Atouguia
Geneall.pt

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume I, pág. 851

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