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Balsemão (D.
Catarina Micaela de Sousa César e Lencastre, 1.ª viscondessa de).
n. 29 de setembro
de 1749.
f. 2 de janeiro de 1824.
Poetisa
muito distinta, dama da Ordem de S. João de Jerusalém.
Nasceu
em Guimarães a 29 de setembro de 1749, faleceu a 2 de janeiro de
1824. Era filha de Francisco Filipe de Sousa da Silva Alcoforado,
fidalgo da Casa Real;
senhor da casa de Vila Pouca em Guimarães; familiar do Santo Ofício;
e de sua mulher, D. Rosa Maria Viterbo de Lencastre, filha dos 3.os
viscondes de Asseca.
Tendo
sido ajustado, em 1772, o seu casamento com Luís Pinto de
Sousa Coutinho, depois 1.º visconde de Balsemão, que nessa época
era governador da capitania de Mato Grosso, recebeu-se por procuração,
e quando seu marido foi nomeado nosso ministro na corte de
Inglaterra, partiu com ele para Londres em 1774. Conhecendo ser
muito deficiente a sua instrução para viver na corte da Grã-Bretanha,
buscou diversos pretextos para se afastar da sociedade, permanecendo
assim por espaço dum ano, quase em completo isolamento, durante o
qual se aplicou com o maior fervor ao estudo das línguas e
literatura inglesa, francesa e italiana.
Depois
deste período começou D. Catarina a concorrer às reuniões da
corte, a conviver, com todas as pessoas ilustradas de Londres, e não
tardou que a casa do embaixador português se tornasse um dos
centros em que se reuniam os homens mais conhecidos nas artes, nas
letras e nas ciências. Em 1783 acompanhou seu marido a Lisboa, e
travou então relações íntimas com a marquesa de Alorna, e dessa
amizade, as duas distintas poetisas deixaram provas nas composições
que uma à outra dedicavam. Em 1786 voltou novamente a Londres, em
companhia de seu marido, e quando ele regressou definitivamente a
Portugal, a sua, casa, começou a ser frequentada pelos poetas e
escritores daquela época. Sobreviveu ainda a seu marido bastantes
anos. Segundo afirma um dos seus biógrafos, os seus
contemporâneos chamavam-lhe a Safo
Portuguesa, merecendo essa distinção pela beleza das poesias
que escreveu, celebrando os encantos do amor. Na Ilustração,
Jornal Universal, no vol. I, de 1845, a pág. 127 e seguintes
vem publicada a sua biografia.
Escreveu:
Ode
ao Marquês de Pombal Sebastião José de Carvalho e Melo; vem
no tomo II, pág. 109, da Colecção de Poesias inéditas dos
melhores Autores Portugueses, Lisboa, 1810; não traz o nome da
autora; Carintia a Mirtilo,
ode, dirigida a Luís Rafael Soyé; Soneto, feito
pouco depois de receber o sagrado viático; publicou-se em 1824,
no Porto, e anda também na biografia acima citada. Deixou em
manuscrito: Cora e Alonso, ou a Virgem do Sol, drama em três
actos; As solidões poema em dois cantos, do barão de Cronegk,
tradução feita sobre a versão francesa de Huber; Fábulas, colecção
de apólogos. Parece que, com algum fundamento, se pode atribuir à
viscondessa de Balsemão, D. Catarina, a Apologia
das obras novamente publicadas por Francisco
Manuel
em Paris,
que saiu impressa nas obras
deste poeta acompanhada de notas ou reparos críticos, no tomo V
da edição de Paris; ou
no tomo IV da edição Rolandiana, a pág. 229. A este
respeito pode ver-se no Parnaso Lusitano a nota que vem no tomo
I.
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Genealogia
do 1.ª viscondessa de Balsemão
Geneall.pt
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