n. 23 de novembro
de 1686.
f. 28 de março de 1776.
Doutor
em direito civil pela Universidade de Coimbra, desembargador da Relação
do Porto, ministro do Tribunal da Legacia, cronista geral do
Ultramar, etc.
Nasceu
em Lisboa a 23 de novembro de 1686, faleceu na mesma cidade a 28 de
março de 1776. Era filho de João Barbosa Machado, e de D. Catarina
Barbosa, irmão mais novo de D. José Barbosa e de Diogo Barbosa
Machado.
Depois
de estudar filosofia na Congregação do Oratório, em que defendeu
conclusões públicas, foi matricular-se na Universidade de Coimbra,
onde se aplicou ao estudo de Jurisprudência Civil, em
cuja faculdade se formou em 1716. Depois foi despachado juiz de fora
de Almada, passando mais tarde a exercer o mesmo cargo na cidade da
Baía. Regressando ao reino, teve a nomeação de provedor da
comarca de Setúbal. Casou com D. Mariana de Meneses e Aragão; por
morte desta senhora, preferiu entregar-se à vida
eclesiástica, e recebeu ordens de presbítero, a 21 de dezembro
de 1734. Foi desembargador da Relação do Porto, por decreto de D.
João V, passado a 3 de julho de 1748; cronista geral
de todas as províncias ultramarinas, por decreto do rei D. José,
passado a 21 de outubro de 1752, e colector de todos os
regimentos, leis, ordens, que se expediam para bem da fazenda, e
justiça a todas as províncias ultramarinas desta coroa, por
decreto de 9 de outubro de 1753; ministro do tribunal
da Legacia; e académico da Academia Real de História.
Escreveu:
Panegírico
histórico
do sereníssimo
sr. infante D. Manuel, em que se descrevem as gloriosas acções
que tem obrado na paz e na guerra, depois que saiu
do Reino
de Portugal até o fim da vitoriosa
Campanha de Hungria do ano
passado de 1716, e de como foi
tratado em diversas Cortes da Europa, Lisboa, 1717;
Noticia da Entrada publica, que fez na Corte
de Paris
em 18 de Agosto de 1715 o ex.mo Conde da Ribeira. Grande,
D.
Luís
Manuel da Camara, Lisboa, 1716, sem o nome do autor; Panegírico
à
imortalidade
do Ex.mo sr. Manuel Carlos de Távora,
conde de São Vicente, do Conselho de S. Majestade,
e general de Batalhas da Armada Real, &c., em que se louvam
as gloriosas acções
do seu animo, e se relata a insigne Victoria naval, que alcançou
dos Turcos nos mares da Grécia,
Lisboa, 1718; saiu com o nome de Valeriano da Costa Freire; Nova
relação das importantes vitórias,
que alcançarão as armas portuguesas
na Índia,
e da gloriosa paz que se ajustou com alguns de seus inimigos, logo
que chegou o vice-rei
do Estado, o Ex.mo D. Luís
de Meneses,
quinto Conde da Ericeira, primeiro marquês
do Louriçal, Lisboa, 1742; saiu com o nome de Jacinto Machado
de Sousa; Pratica recitada no
Paço a 9 de dezembro
de 1784, com que congratulou a Academia Real de ser eleito seu Colega;
saiu no tomo XIII da Colecção
dos Documentos da Academia Real, de 1734 ; Fastos Políticos
e Militares da antiga
e nova Lusitânia,
em que se descrevem as acções
memoráveis,
que na paz, e na guerra obrarão os Portugueses nas quatro partes do mundo; tomo I, Lisboa, 1745 ;
eram distribuídos por meses, à semelhança do Ano histórico, do Padre Francisco de Santa Maria, excluindo, porém,
tudo o que especialmente dizia respeito às coisas eclesiásticas em
harmonia com o título adoptado; o 1.º tomo compreende os meses de
Janeiro e Fevereiro; do segundo, não consta que se imprimisse mais
de 280 pág., que chegam somente a 19 de Março. A publicação
desta obra ocasionou grande polémica entre o seu autor e o
continuador do Ano
histórico
o Padre
Lourenço Justiniano da Anunciação (V. Anunciação),
terminando afinal com a obra de Barbosa Machado, que tem por
titulo: Vindícias Apologéticas
contra o Prologo Anticrítico
que escreveu
o
Padre Doutor Lourenço Justiniano da Anunciação, Cónego
Secular
do Evangelista, impugnando a Dissertação e Apêndice
dos «Fastos políticos e militares da Lusitânia», Paris, 1760. Escreveu mais: Relação
da enfermidade, ultimas Acções, Morte e Sepultura do Muito Alto e
Poderoso Rei, e Senhor D. João V,. o pio, magnânimo, pacifico, justo, religioso, e por declaração pontifícia
o fidelíssimo à Igreja
Romana, Lisboa, 1750; saiu com as iniciais D. I. B. M. D.
P. A. A. R., que parece quererem dizer Doutor Ignacio Barbosa
Machado. Desembargador do Porto, Académico da Academia Real; Historia
Critico-Cronológica da Instituição da Festa, Procissão, e Oficio
do Corpo Santíssimo
de Cristo
no Venerável
Sacramento da Eucaristia
... Mostra-se uma distinta
e panegírica
relação
da magnificência, ornato e sumptuosos edifícios, com que
nesta corte
de Lisboa; por ordem de Sua Majestade, celebraram os eclesiásticos
e seculares em 8 de junho
neste ano
de 1719, Lisboa, 1759. O autor dá no prologo
a razão da estranheza que poderia causar a serôdia impressão
desta obra, escrita 40 anos antes. É uma bela edição, feita com
esmero pelo tipógrafo Ameno, e dela se tiraram alguns exemplares em
papel de grande formato. Ainda publicou:
Teatro
Histórico, Universal, e
Cronológico
de todas as Províncias
Ultramarinas do nosso Reino, ou Anais
Eclesiásticos,
Políticos
e
Militares de Africa, Ásia, e América
portuguesa, dividido em quatro
volumes. O autógrafo
desta obra que ficou inédita, dizem, que existe na Biblioteca
Nacional de Lisboa. Também em manuscrito, deixou: Descrição Topográfico-Arquitectónica do famoso, e magnifico Aqueduto,
que por ordem do Sereníssimo Rei
D. João V se erigiu
e fabricou
para condução das salutíferas, e copiosas águas livres, e de
outras fontes a esta grande Corte, e Cidade de Lisboa;
Oferecido
ao mesmo Monarca, e por sua ordem escrita. em o ano
de 1745. Segundo
se lê no tomo X do Dicionário bibliográfico,
a pág. 49, parece que se lhe pode atribuir o seguinte opúsculo,
publicado com as iniciais: D. D. I. B. M. S. R. P. C. M. P.: Crisol
critico, balança da verdade e invectiva apologética, em que se
refutam as doutrinas de um papel manuscrito, que de Évora
se remeteu
a esta corte; interlocutores um confessor ortodoxo
e
outro confessor rigorista, Sevilla, en Ia imprenta Real, sem
ano. Estas indicações devem ser supostas, porque a obra foi
decerto impressa em Lisboa, pelos anos de 1746. Este papel pertence
à Colecção
universal de
papeis relativos ao sigilismo, onde foi reimpresso.