Basto
(José
Joaquim Gonçalves).
n.
f. 1876.
Jornalista,
natural do Porto, onde faleceu no ano de 1876.
Era
comerciante abastado, nesta cidade, mas em 1828, por causa das suas
ideias liberais, emigrou, partindo para Inglaterra. Como possuía
largos meios de fortuna socorria generosamente os seus companheiros
no exílio. Em Londres casou com uma senhora francesa, Elisa
Loewe-Weimars, irmã do barão de Loewe-Weimars, um dos escritores
mais ilustres de 1830. Depois de dois anos de ausência, regressou a
Lisboa, onde triunfara o partido constitucional, já, com a sua
fortuna muito comprometida, desgraça originada em grande parte pela
prodigalidade coro que auxiliava e socorria os emigrados a quem
faltavam todos os recursos. Voltou novamente para o Porto, sua pátria,
procurando os meios de subsistência nas lides jornalísticas.
Redigiu
o jornal a Coalizão, fundou depois o Nacional,
com Evaristo José de Araújo Basto, jornalista também muito
conhecido (V. Araújo Basto,
Evaristo José). O Nacional
adquiriu muita popularidade. Na revolta de 1846, Gonçalves
Basto seguiu o partido da junta do Porto, e comandou o batalhão
nacional, que foi o último a depor as armas. A junta havia-o
nomeado cônsul em Vigo, mas a vitória da contra revolução anulou
o despacho. Continuou a redigir o Nacional,
atravessando uma existência de privações, é só muito tarde
é que se lembraram de o empregar, dando-lhe um cartório de escrivão
de direito no Porto Continuando a viver nas mais precárias
circunstancias, veio a morrer na miséria, e sua mulher
sobreviveu-lhe alguns meses, vindo a enlouquecer, e falecendo em
circunstancias muito dramáticas, que os jornais daquele tempo
referiram, resistindo aos empregados da fazenda, que vinham a sua
casa fazer-lhe penhora nos moveis
Camilo
Castelo Branco era amigo de Gonçalves Basto, e conta os seus infortúnios
num folhetim intitulado: A formosa
das violetas, publicado na Gazeta
de Portugal, e incorporado depois num dos seus romances.