Portugal - Dicionário

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
O Portal da História Dicionário > João Pedro da Costa Basto

Basto (João Pedro da Costa).

 

n.      14 de outubro de 1824
f.       1 de fevereiro de 1898.

 

Oficial maior da Torre do Tombo. 

Nasceu em Lisboa a 14 de outubro de 1824, faleceu na mesma cidade a 1 de fevereiro de 1898. Era filho de José Manuel Severo Aureliano Basto, homem de vasta erudição, oficial-maior da Torre do Tombo, e de D. Felícia Maria da Costa. 

No ano de 1838 começou a frequentar a aula de diplomática, sendo por esse tempo admitido na Torre do Tombo como amanuense extraordinário, para o prosseguimento da elaboração dos catálogos. Em 1845 concluiu a frequência da referida aula e foi nomeado amanuense adido, passando a efetivo a 9 de dezembro de 1846, pela vagatura que se dera a 23 de outubro antecedente. Em 1862 foi promovido a oficial para a procuradoria régia. Em 1864 a Academia Real das Ciências o requisitou, nomeando-o paleógrafo para as publicações que tencionava principiar ou continuar, como Os Monumentos da história pátria. Sendo suspensa esta publicação em 1866, João Basto voltou à procuradoria régia. Pouco tempo depois foram  também reclamados os seus serviços paleográficos pela Academia. Por causa dos trabalhos literários a que se dedicara com todo o fervor, adoeceu gravemente, e sendo aconselhado pelos médicos a empreender uma viagem a Africa, para ali partiu em 1860, tendo obtido licença da Academia. 

Quando regressou ao reino, passados alguns meses, abandonou o trabalho que tinha encetado, e continuou auxiliando nas publicações da Academia, primeiramente Alexandre Herculano e depois Rebelo da Silva. A 30 de setembro de 1862 foi nomeado para ir ao norte auxiliar o jurisconsulto e lente da Universidade de Coimbra dr. Vicente Ferrer Neto de Paiva no exame e entrega dos documentos pertencentes às corporações de mão morta. A este jurisconsulto foi expedida uma portaria para proceder a esse serviço com relação aos documentos anteriores a 1600, existentes em Coimbra na Sé, Seminário, Universidade, Mitra e conventos de Santa Clara, Celas, Lorvão e Semide, delegando o referido comissario os seus poderes em João Basto. A Academia em 26 de outubro de 1862 nomeou-o sócio correspondente. Quando faleceu seu pai, foi provido no logar de oficial-maior o seu ajudante Tomás Caetano Rodrigues Portugal por decreto de 6 de dezembro de 1866, e João Basto para o de ajudante, sendo também nomeado lente da aula de diplomática. 

Em 1876, pelo falecimento de Rodrigues Portugal, passou o exercer o elevado cargo de oficial-maior, ficando como ajudante seu irmão José Manuel da Costa Basto. Precisando dedicar-se inteiramente ao prosseguimento da obra Portugalæ Monumenta Historica, e achando-se além disso, bastante cansado, requereu a sua aposentação, a qual lhe foi concedida a 5 de fevereiro de 1880. Além dos trabalhos que lhe incumbiam dos serviços da Torre do Tombo, como diretor técnico, João Basto ministrava sempre todos os documentos e informações, que tanto nacionais como estrangeiros pediam para os seus estudos, o que lhe deu ensejo de lidar com os homens eminentes que vieram a Portugal proceder a várias investigações.

Escreveu: Observações diplomáticas sobre o falso documento da aparição de Ourique, por um paleógrafo, Lisboa, 1850, saíu anónimo; Da propriedade literária, carta ao ill.mo e ex.mo sr. M. Pinheiro Chagas, Lisboa, 1879.

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume II, págs. 199-200

105Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral