Blasco
(Mercedes).
n. [ 4 de
setembro de ] 1870.
f. [ 12 de abril de 1961 ].
Actriz
contemporânea.
Nasceu
em 1870.
Debutou
no antigo teatro Chalet, do Porto, fazendo o Jockey
da peça Grande Avenida, de
Jacobety. Fez depois a Vivandeira,
agradando muitíssimo nessa opereta. Vindo para Lisboa, estreou-se
no teatro do Rato em uma cançoneta de Arnaldo Bordalo, O que
eu sei; cantou depois com muito agrado um bolero
na revista Az de
copas.
A
sua primeira escritura na Trindade foi em 1890, representando pela
primeira vez nesse teatro na noite de 21 de Outubro do referido ano,
na protagonista da Nitouche, que
lhe valeu um caloroso acolhimento, não só porque Mercedes
evidenciava uma bonita voz, educada e cheia de sentimento, mas ainda
porque se revelava: uma actriz de largos recursos, pisando o palco
com a maior firmeza e desenvoltura. Depois de curta ausência,
reapareceu na Trindade, em setembro de 1894, na 61.ª representação
do Sal e Pimenta. Na época
1895-96 foi estrela da companhia Del-Negro, no teatro D. Afonso, do
Porto. Na época seguinte, de novo em Lisboa, pertenceu à companhia
do teatro da Rua dos Condes, onde se fez aplaudir na opereta O 8,
de D. João da Câmara, e no «Ramiro» do Solar
dos Barrigas. Em 189798 representou no Real Coliseu as
operetas Cliquette, (a
protagonista) e Frades
Mostenses (a «Laura»). Em 189990, novamente no teatro da Rua
dos Condes, empresa do actor José António do Vale, fez Agulhas
e alfinetes, o Sacristão de Santo Eustácio,
e criou em travesti
o «Manuel» do Poeta
de Xabregas; deste teatro passou para o da Avenida, a substituir
a actriz Pepa na protagonista da Viagem
de Suzette. Em Janeiro de 1901, fazendo parte da companhia
Taveira, no teatro do Príncipe Real, do Porto, representou o «André»
do Burro do sr. Alcaide. E
no teatro do Príncipe Real de Lisboa, criou a protagonista da
opereta A Revolucionaria. Foi
também ao Brasil, onde agradou. Como cançonetista, género francês,
tem por vezes percorrido as províncias e permanecido durante largos
períodos em Espanha. Traduziu a opereta em 3 aptos Cliquette,
representada em Dezembro de 1877 no Real Coliseu; para essa peça
traduziu os versos o sr. Tito Martins.