n. [ c.
1510 ].
f. 20 de setembro de 1563.
Era
filho do 1.º matrimónio de D. Jaime, 4.º duque de Bragança, e de
sua mulher, a duquesa D. Leonor.
Ignora-se
a data do seu nascimento; faleceu em 20 de setembro de 1563.
Teve
por mestre Diogo Sigeo, varão muito erudito, considerado como um
dos primeiros sábios do seu tempo. Sucedeu no ducado a seu pai, no
ano de 1532. Depois do casamento de sua irmã D. Isabel com o
infante D. Duarte, a quem doou o ducado de Guimarães, instituiu com
os seus bens patrimoniais um morgado importante que uniu aos que já
existiam. O respectivo documento vem na Resenha
das famílias titulares e grandes de Portugal, a que já nos
temos referido, 1.º vol. pág. 315, e tem a data de 8 de novembro
de 1540.
Em
25 de junho de 1542 casou com D. Isabel, sua prima, filha de D.
Diniz de Portugal, que lhe trouxe algumas terras em dote. Em 1543
foi o duque de Bragança encarregado de acompanhar à fronteira a
infanta D. Maria, filha de D. João III, que casou com o príncipe
Filipe, filho do imperador Carlos V. O duque apresentou-se nesta
solenidade com uma comitiva brilhante e numerosa, que se compunha de
350 cavaleiros, dos quais trezentos eram criados efectivos da sua casa,
e os restantes seus vassalos. Levava vinte moços de estribeira,
vestidos de pano amarelo, com barras de veludo azul, gorras de milão
(roxas), e espadas prateadas; cem alabardeiros vestidos à tudesca,
de amarelo e azul, com as alabardas douradas; sessenta moços da câmara,
trajando de veludo azul e amarelo, sapatos e gorras de raso; seis moços
fidalgos vestindo de veludo preto com grossas cadeias de ouro, capas
de grã, e gorras de veludo adamascado com pedraria. Constava a
recamara de oitenta azémolas, guarnecidas de seda amarela e azul,
com reposteiros bordados de ouro e seda das mesmas cores. Trombetas
com bandeiras de damasco ostentando as armas ducais, charamelas e
atabales. Assim acompanhou a Infanta de Almeirim até Caia, onde era
esperada por diversos fidalgos castelhanos, e entre eles o bispo de
Cartagena, D. João Martins Silício, que estava encarregado de a
receber. Com igual magnificência acompanhou o duque D. Teodósio a
princesa D. Joana viúva do príncipe D. João e mãe do rei D.
Sebastião, quando em 1554 voltou para a corte do imperador seu pai.
Esta descrição encontra-se a pág. 33 e 34 do opúsculo A Casa
de Bragança, por D. Tomás Manuel de Vilhena.
Enviuvando
o duque em 1558, passou a segundas núpcias em 4 de setembro de
1559, com D. Brites de Lencastre (V. Bragança,
D. Beatriz de Lencastre de). Enquanto viveu D. Teodósio não
houve guerra em Portugal, apenas havendo a dizer, que a rainha
regente D. Catarina o escolheu para general do exercito que devia ir
em socorro de Mazagão, mas que esta nomeação ficou sem efeito por
se não realizar a marcha destas forças para África. D. Teodósio
fundou alguns conventos; gostava muito da pintura e da escultura, e
era curioso do que se passava nas cortes estrangeiras, sustentando
em diversos países agentes que lhe remetiam noticias, que ele
depois coligia em volumes, a que dava o titulo de Os livros
de muitas cousas.