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Bulhão
Pato
(Raimundo António de).
n. 3 de março
de 1829.
f. [ 24 de agosto de 1912
].
Poeta
contemporâneo, 2.º oficial da 1.ª repartição da direcção
geral do Comércio e Indústria, sócio da Academia Real das Ciências.
Nasceu
a 3 de março de 1829 em Bilbau, nas províncias vascongadas, e foi
criado em Deusto, pequena e risonha povoação assentada sobre o
rio, a uma légua da cidade. Era filho de Francisco de Bulhão Pato,
poeta e fidalgo português, e de D. Maria da Piedade Brandy.
Na
sua infância estava Espanha entregue aos horrores da guerra civil,
deram-se os três cercos de Bilbau, e a família Bulhão Pato depois
de sofrer grandes transtornos e inclemências, decidiu abandonar a
casa onde vivia, e em 1837 retirou-se para Portugal. Os primeiros
rudimentos de leitura, gramática, escrita e de língua francesa,
aprendeu-os com seus pais.
Depois de frequentar o colégio da rua do Quelhas, matriculou-se na
Escola Politécnica em 1845. Desde então, contando apenas quinze
anos, começou a conviver com as primeiras capacidades literárias e
políticas daquela época, como Alexandre Herculano, Garrett,
Andrade Corvo, Latino Coelho, Mendes Leal, Rebelo da Silva, Gomes de
Amorim, Zaluar, etc.; por vezes via-se na casa de Herculano, na
Ajuda, na de Garrett e na de José Estêvão, onde costumavam
reunir-se os homens de letras mais notáveis. Este convívio
desenvolveu-lhe ainda mais o seu estro poético, que desde criança
se manifestara. Os seus versos eram tão espontâneos e tão
naturais, que o consagraram verdadeiro poeta.
Publicou
o seu primeiro livro em 1850, com o título de Poesias de R. A.
de Bulhão Pato; em 1862 apareceu o seu segundo livro, Versos
de Bulhão Pato, e em 1866 o poema Paquita. Estes livros
tiveram um grande sucesso literário, Acerca da Paquita, escreveram
Alexandre Herculano e Rebelo da Silva palavras muito elogiosas.
Publicaram-se depois, em 1867 as Canções da Tarde; em 18 70
as Flores agrestes; em 1871 as Paisagens, em prosa; em
1873 os Cânticos e sátiras; em 1881 o Mercador de
Veneza; em 1879 Hamlet, traduções das tragédias de
Shakespeare, de Ruy Blas de Victor Hugo, 1881 seguindo-se
outras publicações: Sátiras, Canções e Idílios; o Livro do
Monte, em 1896, de que a imprensa muito se ocupou. Para o
teatro, parece que escreveu apenas uma comédia em 1 acto, Amor
virgem numa pecadora, que se representou no teatro de D. Maria
em 1858, sendo publicada nesse mesmo ano. O sr. Bulhão Pato tem
sido colaborador em diferentes jornais: Panfletos, 1858; a Semana,
Revista Peninsular, Revista Contemporânea, Revista Universal, etc.
Duas vezes foi convidado para deputado, mas sempre se recusou. A sua
biografia encontra-se na Revista Contemporânea, 1.° vol.,
de 1861, a pág. 539, escrita por L. A. Rebelo da Silva, e no Ocidente,
vol. XIV, de 1891, pág. 10 e seguintes, escrita pelo sr. conde
de Valenças. No Ocidente de 15 de Dezembro de 1896 e números
seguintes, também se encontra um artigo do sr. Zacarias de Aça
acerca do Livro do Monte.
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Genealogia
de Bulhão Pato
Geneall.pt
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