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Cabreira
(Sebastião
Drago Valente de Brito).
n.
6 de janeiro de 1763.
f. 2 de junho de 1833.
Fidalgo
cavaleiro da Casa Real, em sucessão a seus maiores; bacharel
formado em matemática pela Universidade de Coimbra; general de
brigada de artilharia; governador das Armas do Algarve, e depois das
dos Açores; comendador das ordens de Torre e Espada, e de S. Bento
de Avis, etc. Nasceu em Faro a 6 de janeiro de 1763, faleceu no
Porto a 2 de junho de 1833. Era filho de José Cabreira de Brito e
Alvelos Drago Valente de Faria Pereira, fidalgo da Casa Real,
sargento-mor da comarca de Faro, e de sua mulher, D. Isabel das
Urdes Barreto, filha de Duarte Barreto, doutor em medicina pela
Universidade de Coimbra, e médico honorário da Casa Real, e de D.
Maria Teresa Urdes, filha dum tenente-coronel inglês do mesmo
apelido.
Sebastião
Cabreira alistou-se no exército em 1777. Sendo cadete de
artilharia, estudou matemática na universidade, e depois de se
formar foi promovido a tenente para o Regimento de Artilharia do
Algarve, em que servia. Nesse posto entrou nas guerras do Rossilhão
e da Catalunha, e depois na de 1801, em
que foi comandante de artilharia do exército da Beira Baixa. Tomou
parte muito activa na revolta que em junho de 1808 se deu em Faro
contra os franceses. Foi depois nomeado membro da junta provisória
que se formou no Algarve, e elevado a tenente-coronel de Artilharia
2, distinguindo-se sempre nos sucessos políticos até à derrota
dos franceses. Em 1817 teve o posto de coronel para o Regimento de
Artilharia n.º 4, estacionado no Porto, e achava-se nesta situação,
quando se deu a revolta de 24 de agosto de 1820.
Sendo nomeado vice-presidente do governo provisório, que então se
formara naquela cidade, marchou para Lisboa à frente do exército,
e depois da reunião das duas juntas do Porto e da capital, foi
escolhido para presidente da junta preparatória das Cortes. Já com
o posto de brigadeiro, foi em 1821 encarregado do comando militar da
costa desde o cabo da Roca até à foz do rio Mondego, tendo depois
a nomeação de governador das Armas do Algarve.
Em
seguida à queda da Constituição ficou exonerado deste cargo, e
sendo demitido em 1824, saiu do reino, onde voltou somente, depois
do juramento da Carta Constitucional. Foi então reintegrado no
posto de brigadeiro, mas emigrou para Inglaterra, logo que o infante
D. Miguel chegou a Lisboa, e oferecendo-se para servir na ilha da
Madeira como soldado, seguiu a bordo da fragata brasileira Isabel,
juntamente com seu irmão Diocleciano Leão Cabreira. depois barão
de Faro. Esse navio de guerra, segundo as instruções do marquês
de Palmela, deixou na ilha Terceira o general Diocleciano Cabreira
encarregado do governo das Armas e Sebastião foi-se-lhe depois
reunir, por ter reconhecido a impossibilidade de desembarcar no
Funchal. Assistiu à batalha de 11 de agosto, foi nomeado em 1831
comandante geral de artilharia, ficando por vezes incumbido do
governo das Armas da ilha Terceira durante a ausência do general em
chefe. Veio para Portugal em 1832 acompanhando D. Pedro IV, como
comandante geral de artilharia do exército libertador, e logo
depois do reconhecimento de Valongo e do combate de Ponte Ferreira,
foi nomeado governador interino das Armas do Porto e da província
do Minho. Aparecendo sempre. nos pontos mais arriscados em todas as
acções que se deram nas linhas do Porto, distinguiu-se
especialmente no dia 29 de setembro, em que, vendo o inimigo senhor
das trincheiras, puxou da espada, e dirigindo uma breve mas enérgica
alocução aos soldados, que estavam meio desanimados, colocou-se à
sua frente, e levou as tropas miguelistas de vencida, afastando-as
para longe das posições que tinham conquistado. Este rasgo brioso
alcançou-lhe a comenda da Torre e Espada. Sebastião Cabreira
continuou dando sempre provas de grande valor em todos os ataques
que se seguiram.
D.
Pedro IV agraciou-o com o titulo de visconde da Guarda, cujo decreto
não chegou a publicar-se na folha oficial, por ter aquele monarca
sabido que o valente militar falecera no Porto. Sebastião Cabreira
era casado com D. Maria Alves Pinheiro Correia de Lacerda Green. Foi
pai do falecido barão de Nossa Senhora da Vitória da Batalha. V.
este titulo.
Genealogia
de Sebastião Drago Valente de Brito Cabreira
Geneall.pt
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