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O Portal da História Dicionário > D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º duque de Cadaval
Brasão dos duques de Cadaval
Brasão dos duques de Cadaval

Cadaval (D. Nuno Caetano Álvares Pereira, de Melo, 8.º marquês de Ferreira, 9.º conde de Tentúgal, 6.º duque de).

 

n.       7 de abril de 1799.
f.        14 de fevereiro de 1837.

 

Senhor de todos os títulos, senhorios, morgados e mais bens da Coroa e ordens, por sucessão a seu pai, a 14 de março de 1803, dos quais se lhe fez mercê por decreto de 24 de outubro desse ano, tudo de juro e herdade, e duas vezes fora da lei mental, como se vê dos alvarás, de confirmação outorgados em 18 de maio de 1813; e também por carta de 19 de junho de 1821 gozou dos privilégios de desembargador; grã-cruz da Ordem da Torre e Espada, comendador da de Cristo, cavaleiro do Tosão de Ouro, grã-cruz de Isabel a Católica, conselheiro de Estado, par do reino, etc. Nasceu a 7 de abril de 1799, faleceu em Paris a 14 de fevereiro de 1837. Era filho do 5.º duque de Cadaval, D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo, e de sua mulher, D. Maria Madalena Henriqueta Carlota Emília de Montmorency Luxembourg.

Foi feito duque de Cadaval pelo príncipe regente D. João, por carta passada em Mafra a 21 de março de 1807, na qual se lê, que "tendo consideração à pessoa do Duque de Cadaval meu muito amado primo: Hei por bem fazer mercê a seu filho primogénito o conde de Tentúgal, D. Nuno Caetano Alvares Pereira de Melo, do titulo de Duque de Cadaval em sua vida,I etc. Em novembro do referido ano de 1807 acompanhou seu pai e a família real para o Brasil. A grã-cruz da Torre e Espada foi-lhe concedida a 21 de dezembro de 1808, nomeando-o nessa mercê o príncipe regente "por seu muito amado e prezado sobrinho, e acrescentando: por ser daqueles que preferiram a honra de me acompanhar ao seu interesse". Em 21 de outubro de 1810 teve a carta de conselho. Obtendo o consentimento de D. João VI para regressar ao reino, saiu do Rio de Janeiro a 21 de setembro de 1816, com sua mãe e irmãos, a bordo da fragata francesa Hermione, que transportava para a Europa seu tio, o duque de Luxemburgo, embaixador extraordinário do rei Luís XVIII, de França, naquela corte, e chegou a Lisboa a 4 de novembro. Professou na Ordem de Cristo, a título da comenda de Santo Isidoro do Eixo, uma das da sua casa, a 13 de março de 1822, e por decreto de 29 de janeiro do mesmo ano, na igreja de N. Sr.ª da Conceição dos freires da referida ordem. A 4 de julho de 1823, D. João VI o nomeou conselheiro de Estado. Quando faleceu este monarca o duque de Cadaval foi um dos membros da regência nomeada em 6 de março de 1826, e a 30 de abril seguinte D. Pedro o elegeu par do reino e presidente da respectiva câmara. O infante D. Miguel entrando em Lisboa, o chamou para seu ministro assistente do despacho a 26 de fevereiro de 1828. O duque de Cadaval tomou então grande parte nos acontecimentos políticos que se seguiram, sempre em defesa do partido absolutista, de que era um forte sustentáculo, sacrificando-se pelo rei, que ele reputava legítimo: Quando em 1833 se aproximaram de Lisboa as tropas do general duque da Terceira, o ilustre fidalgo, vendo já perdida a sua causa, retirou-se para Elvas, onde se conservou até ser assinada a convenção de Évora-Monte. A 6 de outubro de 1834 partiu para Inglaterra, e passou depois a Paris, onde faleceu.

Casou em 1 de agosto de 1820 com D. Maria Domingas Francisca Clara Máxima Senhorinha Rafaela Gonzaga Joaquina de Bragança Sousa e Ligne, filha dos segundos duques de Lafões, D. João Carlos de Bragança Sousa e Ligne Tavares Mascarenhas da Silva, e D. Henriqueta Maria Júlia de Lorena e Menezes. Deste consórcio nasceram seis filhos: D. Henriqueta, condessa de Tentúgal, que sucedeu a seu pai, e morreu solteira em 1841, ficando herdeira sua irmã, D. Maria da Glória, que faleceu logo no ano seguinte. O terceiro filho foi D. Miguel, conde de Tentúgal, que faleceu em Maio de 1827, ainda criança, por isso a casa de Cadaval passou, por morte de D. Maria da Glória, a sua outra irmã, D. Maria da Piedade Caetano Álvares Pereira de Melo, que faleceu em setembro de 1898. Esta nobre senhora havia nascido a 29 de abril de 1827, e casara em Paris a 22 de agosto de 1843 com seu tio D. Jaime Caetano Alvares Pereira de Melo, quarto filho do 5.º duque de Cadaval, e irmão do 6.º duque, D. Nuno. Este nascera a 6 de fevereiro de 1805, entrando logo para a Ordem de S. João de Jerusalém, como cavaleiro de justiça do priorado de Portugal, passando-lhe dispensa de menoridade o arcebispo de Nisible e núncio apostólico em Lisboa, por um breve de 7 de agosto, com beneplácito régio, dado no paço de Queluz a 14 desse mês e ano. Achando-se D. Jaime no Rio de Janeiro, para onde tinha ido em 1807 com sua família, o príncipe regente D. João lhe fez mercê das honras de marquês com o assentamento pertencente a este titulo, e o nomeou do seu conselho, por cartas de 16 e 25 de junho de 1810, declarando em apostilha de 13 de maio de 1812, que precederia aos marqueses criados depois dele. D. Jaime regressou a Portugal em 1816, e por carta régia foi eleito par do reino em 1826. Deste matrimónio nasceram em Nice dois filhos gémeos, D. Nuno e D. Jaime Caetano Alvares Pereira de Melo, a 22 de dezembro de 1844, ficando D. Nuno com o direito à sucessão da opulenta casa de Cadaval; falecendo, porém, em setembro de 1878, esse direito passou a seu irmão, que ficou sendo o representante daquela nobilíssima casa. D. Jaime de Melo casou a 12 de outubro de 1887 com a condessa Graziela Zilieri dal Verme, e faleceu no seu palácio na cidade de Pau, em França, no mês de janeiro de 1893, sem nunca ter solicitado as mercês e títulos a que tinha direito, e que desde o falecimento do 6.º e último duque não haviam sido continuadas nos seus legítimos sucessores.

 

 

 

Genealogia do 6.º duque de Cadaval
Geneall.pt

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume II, págs. 5
91-592

105Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral