Actriz
contemporânea.
Nasceu
em Lisboa a 15 de dezembro de 1861.
Depois
de cursar as aulas de música do Conservatório, resolveu-se a
seguir a carreira dramática, para que logo manifestou decidida vocação.
Estreou-se no Ginásio em 22 de setembro de 1882 na comédia em
três actos A Estação calmosa. Conservou-se alguns anos
neste teatro, fazendo sempre progressos, tomando parte num grande
reportório. Contratou-se depois no Teatro dos Recreios em que se
distinguiu muito na opereta Nitouche. Dali passou à
Trindade, onde também representou a Nitouche, a Cigarra, e
muitas outras operetas. Representou depois na rua dos Condes e no D.
Maria, onde se afirmou uma actriz de comédia de primeira
ordem.
Em
1893 foi com a sua companhia ao Brasil. Regressando a Lisboa
escriturou-se na rua dos Condes, indo depois aos Açores com uma
companhia de que era directora. À volta entrou numa sociedade artística
que deu espectáculos nos teatros da Trindade e de D. Amélia. Sendo
escriturada por José Ricardo, representou duas épocas no teatro de
D. Afonso, no Porto, vindo depois para o teatro da Avenida, de
Lisboa. Quando o governo remodelou a constituição da sociedade artística
de D. Maria pelo modo como está hoje, requereu para ser admitida
societária, sendo classificada como lhe competia, actriz de
primeira classe. Indo ocupar o seu lugar, apenas entrou em duas ou
três peças. Pediu depois a demissão de societária, e ultimamente
tem-se conservado afastada da cena.
É
longo o seu repertório, do qual nos lembra: O sargento mor de
Vilar, Miguel Strogoff, Ditoso fado, Retalhos de Lisboa, Lili, Tio
Braz, A hospedeira, A madrugada, O intimo, Defunto, O tio Milhões,
A irmã, Os fidalgos da Casa Mourisca, Receita de Lacedemónios, Rua
da Paz, 115, A vida dum rapaz pobre, Torre de Babel, S. Ex.ª, Noite
de núpcias, A verdadeira nobreza, O marido da debutante, Alarido no
campo, etc.