Fidalgo
da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo, comendador e alcaide-mor
da de S. Tiago do Cacém, etc.
Nasceu
em Lisboa a 8 de outubro de 1669, faleceu em Elvas a 30 de abril de
1742. Era filho de Luís do Couto Félix, fidalgo da Casa Real e
guarda-mor da Torre do Tombo, e de D. Paula Josefa de Castelo
Branco, filha de Manuel da Cunha Soares, moço fidalgo cavaleiro da
Ordem de Cristo, e senhor do morgado do Zambujal.
Falava
as línguas latina, francesa, italiana, tendo também bastante
conhecimento da hebraica; jogava as armas com destreza. Como a sua
vocação se inclinava para a milícia, aprendeu dedicadamente os
preceitos da fortificação e da náutica. Foi capitão da nau N.
Sr.ª do Bom Sucesso, em 20 de abril de 1697; capitão-de-mar-e-guerra
em 11 de dezembro de 1703; mestre de campo de infantaria do
regimento da praça de Chaves a 2 de maio de 1705; brigadeiro a 28
de abril de 1708, e sargento-mor de batalha a 13 de abril de 1738,
que depois se chamou marechal de campo. Na guerra com a Espanha, no
começo do século XVIII, distinguiu-se em todas as acções e
batalhas em que entrou, como na restauração de Marvão, no sítio
de Badajoz em 1705, na conquista de Cidade Rodrigo, etc. Na batalha
de Almanza, a 25 de abril de 1707, ficou feito prisioneiro. Sendo
restituído à liberdade e à pátria, foi nomeado inspector das
ilhas dos Açores, e depois governador da praça de Elvas
Escreveu:
Memorias
militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como marítima,
em que se contém as obrigações dos oficiais de infantaria, cavalaria,
artilharia e engenheiros; insígnias que lhe tocam trazer; a forma
de compor e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças,
etc. Amesterdão, 1719; Suplemento às Memorias militares,
tomo II, Apontamentos das
obrigações e praticas da guerra, Lisboa, 1731; Memorias e
observações militares e politicas, tomo III; referem-se
todas as operações militares e politicas de Portugal, que moveram
a concluir uma liga com as coroas de França e Castela; sucessos da
guerra em que entrou com, seus aliados, etc., Lisboa, 1710.
Na
Biblioteca Lusitana, de Barbosa
Machado, 1.º volume, pág. 254, vem a descrição dos outros
volumes que compunham esta obra, e que não chegaram a imprimir-se.
Deixou vários manuscritos cujos títulos se podem ver na referida Biblioteca.