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O Portal da História Dicionário > D. João Rodrigues de Vasconcelos e Sousa, 2.º conde de Castelo Melhor 

Castelo Melhor (D. João Rodrigues de Vasconcelos e Sousa, 2.º conde de).

 

n.       1593.
f.        13 de novembro de 1658.

 

Do Conselho de Guerra, governador das Armas das províncias de Trás-os-Montes e do Minho, onde teve na guerra da aclamação de D. João IV prósperos sucessos, e depois governador do Alentejo e do estado do Brasil. 

Nasceu em 1593, faleceu a 13 de novembro de 1658. Era filho de Luís de Sousa Ribeiro de Vasconcelos, alcaide e comendador de Pombal e senhor de Moita Santa, e de sua mulher,  D. Maria de Moura de Távora, dama da rainha D. Margarida de Austria, filha de Ferrnão  Rodrigues de Almada, provedor da Casa da Índia etc. Por morte de seu irmão mais velho, Francisco de Vasconcelos e Sousa, sucedeu na casa de seu pai, e na pretensão de casar  com a condessa de Castelo Melhor, D. Mariana de Lencastre Vasconcelos e Câmara, em virtude da clausula testamentaria do 1.º conde deste titulo, Rui Mendes de Vasconcelos, avô materno desta senhora. D. Mariana fora escolhida por D. Rui em virtude da faculdade real, para lhe suceder na casa e condado de Castelo Melhor, com a condição de casar com o seu parente Francisco de Vasconcelos e Sousa, alcaide-mor e comendador de Pombal, e tendo este falecido antes de efetuar o casamento, João de Vasconcelos e Sousa conseguiu ser o esposo de D. Mariana de Vasconcelos a qual foi herdeira do 4.º conde da Calheta, seu irmão, e condessa de Castelo Melhor, camareira-mor da rainha D. Maria Francisca de Sabóia, que faleceu a 15 de abril de 1689, e era filha de Simão Goncalves da Câmara, 3.º conde da Calheta, 7.º capitão donatário da da Madeira, casado com D. Maria de Meneses, filha do 1.º conde de Castelo Melhor. 

Tendo João de Vasconcelos embarcado numa armada que se destinava ao Brasil, foi levado por um temporal para Cartagena dos índios, onde  estava quando rebentou a revolução de 1640. D. João IV, apenas subiu ao trono, tratou de chamar ao reino os fidalgos portugueses que estavam fora, e por isso mandou a Cartagena um emissário com documentos para facilitar a retirada de João Rodrigues de Vasconcelos e de outros nobres, sendo porém, o projecto descoberto pelas autoridades espanholas, ficou tudo frustrado. O conde não desanimou, e pensando nos meios de regressar ao reino, intentou o projecto arrojado de se apoderar de quatro galeões, que estavam ancorados em Cartagena, com a prata que nessa época deviam recolher a Espanha, e entrar em Lisboa com estes ricos despojos tomados ao inimigo. Sendo também descoberto este plano, o conde foi preso com outros fidalgos e condenado à morte, devendo primeiro ser sujeito a tratos, com que  esperavam obter dele a confissão do crime. Este procedimento nada adiantou, e foi censurado pelos próprios castelhanos. Entretanto, o monarca português não se esquecia  dos seus súbditos, que estavam ausentes, e mandando aprontar um navio para ir a Cartagena, os oficiais dele conseguiram entrar em comunicação com o conde por  intermédio de um padre seu confessor. Combinados os meios de evasão, e no fim de muitas contrariedades e trabalhos, o conde pôde afinal recuperar a liberdade a 16 de junho de 1642, e embarcando para Portugal chegou alguns meses depois a Lisboa, sendo recebido por D. João IV com as maiores provas de satisfação, confirmando-lhe logo todas as mercês que já possuía, concedendo-lhe o titulo de conde em mais duas vidas,  fazendo-lhe outras concessões nos bens da coroa e ordens, e de uma comenda de 1:000.cruzados, nomeando-o para o Conselho de Guerra e governador das Armas de Entre Douro e Minho. Em 1619 passou a governar o estado do Brasil, e voltando ao reino, governou as Armas da província do Minho pela segunda vez, falecendo então em Ponte de Lima. As circunstancias extraordinárias e dramáticas que se deram na evasão de Cartagena, foram aproveitadas pelo falecido escritor Teixeira de Vasconcelos para um pequeno romance histórico, intitulado O conde de Castelo Melhor, que se publicou em 1869, num dos brindes que o Diário de Noticias oferecia aos seus assinantes.

 

 

 

Genealogia do 2.º conde de Castelo Melhor
Geneall.pt

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume II, págs. 888-8
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Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
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