Moço fidalgo da Casa Real e alcaide-mor de Mora, doutor em leis
pela Universidade de Coimbra, cavaleiro e comendador da Ordem de
Avis, desembargador da Casa da Suplicação, embaixador à corte de
Londres, guarda-mor da Torre do Tombo, e cronista-mor do reino,
segundo dizem Manuel Severim de Azevedo e Barbosa Machado, mas que frei
Manuel de Figueiredo, o douto critico cisterciense, põe em duvida
que exercesse tal cargo, como pode ver-se na Dissertação histórica
e critica para apurar o Catálogo dos cronistas-mores, a pág.
12.
Foi natural de Tomar, mas ignora-se a data do nascimento. Era
filho do arquitecto João de Castilho, e de D. Maria Fernandes
Quintanilha. Desde a mais tenra idade manifestou o talento das
letras; foi colegial do colégio de S. Paulo, onde foi admitido em 2
de maio de 1563, e onde se conservou até 1565, exercendo depois o
cargo de desembargador da Casa da Suplicação, cuja nomeação tem
a data de 21 de novembro de 1566. António de Castilho foi a
primeira pessoa a quem D. João III, depois de subir ao trono, deu o
hábito da Ordem de Avis com a comenda de Moura. Pertenceu também
ao conselho do rei D. Sebastião; este monarca o mandou como
embaixador à corte de Inglaterra, e, quando regressou a Lisboa. foi
nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, por alvará de 15 de fevereiro
de 1571. Parece que faleceu em 1596, por ter tido neste ano um
sucessor na lista dos guardas-mores daquele real arquivo.
Casou com D. Luísa Coutinho, filha de António Coutinho e de D.
Maria, ou Inácia de Lima.
As suas obras literárias parece que se perderam na maioria.
Restando apenas duas: Comentário do Cerco de Goa e Chaul no ano
de [1570], Vice-Rei Dom Luís de Ataíde, escrito por António de
Castilho... por mandado del-Rei Nosso Senhor, etc. Lisboa, 1573;
reimprimiu-se em 1736, com algumas variantes no título. Urna outra
sua obra é a seguinte: Elogio del-rei D. João de Portugal,
terceiro, do nome, que nunca se publicou em separado. Saiu a
primeira vez com as Noticias de Portugal por Manuel Severim
de Faria. Lisboa, 1655: anda também na 2.ª edição das mesmas Noticias,
Lisboa, 1740, e com os Panegíricos de João de Barros,
Lisboa. 1791. Dizem terem sido levados para Castela uns manuscritos,
que lá ficaram, com o título de Fragmentos das Crónicas dos
Reis D. João III e D. Sebastião. Deixou em manuscrito Tratado
do perfeito secretário.
Adenda
Morreu em 1593 segundo a Biblioteca Nacional de Portugal