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Costa
(Afonso Augusto da).
n.
6 de março de 1871.
f. [ 11 de maio de 1937 ].
Doutor
em direito pela Universidade de Coimbra, advogado, professor, etc.
Nasceu
em Seia a 6 de março de 1871. É filho de Sebastião Fernandes da
Costa.
Matriculou-se
na universidade no ano lectivo de 1888-1889, e concluiu a sua
formatura em 1894. Foi premiado nos quarto e quinto anos de direito,
tomou grau de licenciado em 17 de janeiro de 1895, fez ato de
conclusões magnas em 24 e 25 de maio do mesmo ano, e doutorou-se em
9 de junho ainda em 1895. O seu primeiro despacho para o magistério
foi em abril de 1896, e em agosto de 1900 foi nomeado catedrático.
O dr. Afonso Costa, nome por que é mais vulgarmente conhecido, era
considerado como um dos académicos mais notáveis do seu curso e,
quando nomeado lente, era o mais novo de todo o corpo catedrático.
No exercício da advocacia revelou-se sempre como um dos mais
brilhantes ornamentos do foro português moderno.
Também
se tem distinguido pelas suas ideias políticas avançadas; em 1897,
no Porto, foi um dos homens que saíram a campo a protestar contra o
plano do governo progressista de alienação das linhas-férreas do
Estado. No comício que então se realizou em 13 de junho na rua do
Bonjardim, foi o dr. Afonso Costa um dos oradores mais fluentes,
apresentando-se pela primeira vez publicamente ao povo do Porto; e
foram tão convincentes as suas palavras, que desde logo ficou
considerado um dos mais valiosos vultos do partido republicano.
Noutros comícios que se realizaram seguidamente na mesma cidade,
também o dr. Afonso Costa tomou parte, sendo os seus discursos
sempre ouvidos com o maior interesse e atenção. Quando a peste bubónica
se declarou no Porto, no verão de 1899, o regime excepcional das
medidas preventivas a que a cidade foi submetida por ordem do
governo progressista, determinou contra ele o descontentamento geral
da população. Aproximavam-se as eleições de deputados, e o
partido republicano do Porto apresentou as candidaturas do dr.
Afonso Costa, de Xavier Esteves e de Paulo Falcão. As eleições
realizaram-se a 16 de novembro, e depois de grandes lutas entre monárquicos
e republicanos, ficaram eleitos os três candidatos apresentados,
mas o governo conseguiu que esta eleição fosse anulada
arbitrariamente, no tribunal de verificação de poderes. Este facto
ainda exaltou mais os ânimos, incitando-os a novas lutas. Em 21 de
janeiro de 1900 saiu o primeiro número do jornal republicano O
Norte, e os três candidatos eram novamente apresentados ao sufrágio
dos eleitores independentes, como o haviam sido anteriormente na Voz
Pública. O acto eleitoral realizou-se a 18 de fevereiro
seguinte, e a despeito de todas as pressões, o Porto tornou a
eleger os três deputados republicanos, facto que em todo o país
causou a maior impressão. O dr. Afonso Costa apresentou-se na câmara
respectiva como distinto parlamentar, e como um dos mais temíveis
inimigos das instituições monárquicas. Orador fluente, os seus
discursos eram calorosamente escutados. Caindo o ministério
progressista, e subindo ao poder o partido regenerador, procedeu-se
à eleição de deputados em 25 de novembro do referido ano de 1900,
e o partido republicano apresentou novamente os três candidatos,
mas desta vez não foram reeleitos.
O
dr. Afonso Costa tem vastos trabalhos encetados na regência das três
cadeiras da faculdade de Direito, e alguns deles já concluídos,
como o Direito civil, 1896; Economia Política,
1896-1898; Organização judiciária, 1897-1901; dissertação
para licenciado: Do serviço de peritos no processo criminal:
legislação portuguesa, crítica e reforma; e a dissertação
para tese, conclusões magnas, A Igreja e a questão social.
Biografia
de Afonso Costa
O Portal
da História
Genealogia
de Afonso Costa
Geneall.pt
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