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Dantas
(Miguel
Martins).
n.
[ 1821 ].
f. [ 2 de fevereiro de
1910 ].
Decano
dos diplomatas portugueses, ministro de Estado, par do reino,
actualmente em Roma, como embaixador junto à Santa Sé, etc.
Começou
a sua vida diplomática em 21 de fevereiro de 1842, sendo adido de
legação junto às cortes de Turim, Haia, e Viena. de Áustria, de
1842 a 1847. Promovido a secretário de legação em 1848, passou à
corte de Madrid, indo também interinamente como encarregado de negócios;
serviu depois em Paris, de 1848 a 1866, sendo várias vezes
encarregado de negócios. Em 1866 foi nomeado chefe do gabinete do
Ministério dos Estrangeiros, indo nesse cargo, em missão a Paris.
Em 1867 foi promovido a ministro plenipotenciário em Washington, onde
pouco se demorou, por ser nomeado director geral interino do
referido Ministério. Voltando aos Estados Unidos, serviu até 1869,
tendo transferência nesse ano para Bruxelas, e ali se conservou até
1871, sendo novamente transferido para o Rio de Janeiro, onde não
chegou a ir por ter sido colocado na disponibilidade. Em 1872 foi
nomeado ministro em Bruxelas e em Haia. Representou o país no
congresso internacional de Bruxelas, de 1874, e neste ano teve
transferência para Madrid, onde esteve até 1877, indo então para
Londres, em cuja legação serviu de 1877 a 1881, ano em que foi
convidado por António Rodrigues Sampaio a entrar no ministério por
ele presidido, tomando a seu cargo a gerência da pasta dos Negócios
Estrangeiros por nomeação de 25 de março, do referido ano de
1881, de que tomou posse a 5 de abril seguinte. Pouco tempo se
conservou no ministério, e regressou a Londres, servindo até 1890,
tendo então nova transferência para Paris, indo depois, em 1891
para Bruxelas, e daqui para Londres em 1895. Foi a Paris em julho de
1894 representar o rei senhor D. Carlos nos funerais de Sadi-Carnot,
presidente da República Francesa, e cumprimentar o novo presidente
Casimir Perier. Em 17 de Dezembro de 1895 foi nomeado embaixador
extraordinário de Portugal junto do papa Leão XIII. Em 14 de Março
de 1896, tomou conta duma embaixada junto do Vaticano, onde ainda
hoje se conserva, sendo o decano do corpo diplomático junto da
Santa Sé, e gozando dama elevada e excepcional situação não só
no Vaticano, mas ainda na sociedade romana.
O
sr. conselheiro Martins Dantas é grã-cruz e comendador da Ordem de
Cristo, comendador da de S. Tiago, grande oficial da Legião de
Honra, de França, grã-cruz de Leopoldo da Bélgica, de Carlos III
de Espanha, do Leão Neerlandês, comendador das Ordens de S. Maurício
e de S. Lazaro de Itália. Foi eleito par do reino em 1901
e é sócio correspondente da Academia Real das Ciências
de Lisboa. Completou em 24 de fevereiro de 1906, sessenta e quatro
anos de vida diplomática.
Escreveu
e publicou em Paris, em 1858, um Dicionário portátil da língua
Portuguesa, e em 1866, na mesma cidade, Les faux D. Sebastien;
études sur l'histoire du Portugal. A
respeito desta obra escreveram,
entre outros, Rebelo da Silva, na Gazeta de Portugal, de 17
de maio de 1866; Mendes Leal, na mesma Gazeta, de 14 de julho
do referido ano; Veggezzi Ruscala, no mesmo jornal, de 4 de agosto
seguinte, e Pinheiro Chagas, no seu livro Novos ensaios críticos,
de pág. 56 a 67. Na colecção dos Livros brancos
encontram-se muitos documentos diplomáticos de sua pena, no correr
de negociações em que tem intervindo no desempenho das suas
elevadas funções.
Genealogia
de Miguel Martins Dantas
Geneall.pt
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