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Dantas
Pereira (Pedro
Maria).
n.
11 de novembro de 1826.
f. 5 de outubro de 1905.
Jornalista,
escritor e agricultor.
Nasceu
em Lisboa a 11 de novembro de 1826,
e faleceu em Torres Novas, com setenta e nove anos,
incompletos, a 5 de outubro de 1905. Foi o nono filho do conselheiro
José Maria Dantas Pereira, a quem se refere o artigo antecedente (V.
José Maria Dantas Pereira), e de D. Maria Eugénia da Cunha
Pessoa, filha única do Dr. José Martins da Cunha Pessoa. (V. Cunha
Pessoa).
Foi
agricultor muito ilustrado e escritor fácil e convicto, tanto nos
assuntos da sua profissão como na defesa do seu credo religioso e
político. Entre os seus escritos agrícolas, foram bastante
apreciados os Serões do Lavrador, que publicou em forma
dialogal na Revista Agrícola. Também colaborou com frequência
no jornal A Época, ora assinando os artigos com o seu nome,
ora subscrevendo-os com o criptónimo Justino de Campos.
Neste jornal tornou-se notável a sua cooperação na célebre e bem
sucedida campanha de protecção à cultura cerealífera. Foi
valioso auxiliar de António Augusto de Aguiar, que muito apreciou a
sua coadjuvação, quando foi a Torres Novas estudar os processos de
vinificação ali usados; e também foi prestável ao distinto
engenheiro florestal sr. Bernardino Barros Gomes, na sua ida ali com
o propósito de conhecer as condições de arborização da serra de
Aire. Como escritor católico traduziu acuradamente o Cours de
Philosophie de Mgr. D. Mercier, professor e director do
Instituto de Filosofia na Universidade de Lovaina, e colaborou
activamente, nos últimos anos da sua vida, nos jornais A Nação,
Correio Nacional, Eco, de Lisboa, Rebate, da Covilhã, Realista,
de Torres Novas, e nas revistas A Voz de Santo António e
Revista Católica. Deixou alguns inéditos, entre eles uma
biografia de seu pai, escrita a pedido dum dos redactores deste
dicionário, e pela qual se corrigiu o respectivo artigo; vários
artigos filosóficos e de propaganda legitimista e uma série de apólogos
originais em verso, que demonstram uma notável observação da vida
dos diversos animais.
Desempenhou
cabalmente, em várias épocas, diferentes cargos públicos: comissário
de policia em Santarém, administrador do concelho de Torres Novas,
vereador e presidente da câmara do mesmo concelho e substituto do
juiz de direito nessa comarca. Na vila de Torres Novas residiu
durante quase toda a vida, vivendo despretensiosamente e exercendo a
caridade evangélica até onde lhe chegavam os recursos, e, quando
estes lhe escasseavam, intercedendo eficazmente com os seus amigos
mais abastados para que valessem aos necessitados de socorro. São
dignos de comemoração os seus serviços humanitários durante o
flagelo da cólera mórbus, quando em 1856 assolou aquela
povoação. Se as suas crenças arraigadas de católico e realista
indefectível o faziam considerar como relíquia do passado, é
justo confessar que, do passado, recordava também as feições mais
simpáticas, pela esmerada educação, pela variada erudição, pelo
fidalgo cavalheirismo e pela rasgada hospitalidade da sua casa. A
ele se podia bem aplicar, na língua que tanto prezava, o prolóquio:
Amicus certus
in re incerta cernitur.
Pedro
Maria Dantas Pereira casou na freguesia de S. Pedro da vila de
Torres Novas, em 14 de agosto de 1859, com a senhora D. Eulália
Guedes de Azevedo Velez, filha do dr. Emídio Cândido de Azevedo
Velez e de D. Francisca Juge Guedes de Figueiredo. Deixou duas
filhas, as senhoras D. Maria Ana de Figueiredo Velez Dantas Pereira
e D. Isabel Maria de Figueiredo Azevedo Velez Dantas Pereira, casada
com o sr. João Maria Amado de Melo Ramalho Pimentel de Almeida da
Cunha de Vasconcelos, distinto representante da ilustre família dos
Pimenteis de Almeida.
Genealogia
de Pedro Maria Dantas Pereira
Geneall.pt
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