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Duval
Teles (António
Augusto).
n.
26 de março de 1852.
f. 2 de abril de 1906.
Coronel
de engenharia, ajudante de campo do rei senhor D. Carlos, inspector
do serviço de engenharia no campo entrincheirado de Lisboa,
etc.
Nasceu
em 26 de março de 1852; faleceu em 2 de abril de 1906.
Matriculou-se
na Escola Politécnica em 1865, sendo premiado em todas as cadeiras,
fazendo o curso de engenharia que completou. em 1873 com distinção
e prémios em todos os anos, sendo classificado em primeiro lugar,
tanto naquela escola como na do Exercito. Assentou praça em 18 de
abril de 1868, foi despachado alferes em 9 de dezembro de 1873, promovido
a tenente em 28 de dezembro de 1875, a capitão em 1 de março de
1876, a major em 27 de outubro de 1885, a tenente-coronel em 14 de
maio de 1891, e a coronel em 27 de dezembro de 1894. Pertencia ao
estado-maior da sua arma, e quando faleceu era o número um
para general, em engenharia, e n.º 4, por antiguidade, na escala
dos coronéis.
Fez
serviço em comissão na Escola Prática de Engenharia, criada em
1880, onde foi adjunto e mais tarde comandante. Neste cargo assinalou-se
pelo impulso extraordinário que deu a toda a instrução das tropas
da arma, e no seu tempo de comando atingiu a escola o seu período áureo.
Desempenhou também com a maior distinção os lugares de inspector
das fortificações de Lisboa para que foi nomeado em 1901, e o de
engenheiro do campo entrincheirado, dirigindo as suas importantes
obras de fortificação no período de maior desenvolvimento.
Durante muitos anos fez parte da comissão de defesa de Lisboa e da subcomissão
que, presidida pelo rei D. Carlos, sendo ainda príncipe real,
elaborou o projecto para a defesa do porto de Lisboa. Quando em 1890
subiu ao poder o ministério presidido por António de Serpa, foi
convidado para dirigir a pasta da guerra, apesar de se conservar sempre
afastado da politica, mas não aceitou aquele cargo, consentindo somente
em ser nomeado chefe do gabinete daquele estadista, que se viu
obrigado a tomar a gerência daquela pasta, encontrando em Duval
Teles um leal conselheiro e amigo, devendo-se à sua cooperação a
maioria das carreiras de tiro, que hoje existem, e a criação do
tiro civil. Desde 1884 que fazia parte da casa militar do rei, como
seu ajudante de campo, tendo sido ainda nomeado pelo rei D. Luís,
quando se constituiu a casa militar do príncipe real. No
estrangeiro também era muito apreciado, tendo recebido em Londres e
em Berlim grandes demonstrações de apreço e amáveis referências,
quando ali esteve. Em Londres, acompanhando o rei, quando príncipe
real, e em Berlim, fazendo parto da missão de que era chefe o
coronel Sanches de Castro. Duval Teles fez parte de todas as comissões
da Assistência Nacional aos Tuberculosos, por cujo desenvolvimento
muito se interessou, contribuindo para a apropriação do sanatório
de Outão. Era presidente das associações dos Atiradores Civis Portugueses
e do Centro Nacional de Esgrima, de que fora também um dos sócios
fundadores.
Além
das comissões que citámos, ainda exerceu as seguintes: da organização
das brigadas de oficiais para procederem ao reconhecimento militar
do litoral do continente do reino e das ilhas adjacentes, da criação
do fundo permanente da defesa nacional; a transformação da Escola
Prática de Infantaria e Cavalaria em duas escolas independentes
para as respectivas armas; o estudo dos tipos de espingarda e
carabina a adoptar para emplacar e substituir o armamento dos corpos
de infantaria e caçadores a cavalo; a constituição e regulamentação
da brigada de instrução para nela prestarem as provas para o posto
imediato os coronéis e capitães; a convocação e instrução para
o serviço das praças da primeira reserva de todas as armas do
exercito; as instruções para regular a instrução dos corpos de
infantaria; a reorganização das guardas municipais de Lisboa e
Porto; a abertura do concurso para o estudo e publicação da
historia orgânica e politica do exercito português desde a sua
fundação; a regulamentação dos exercícios de tiro dos indivíduos
da classe civil nas carreiras militares; o estabelecimento e instruções
para o serviço do cordão sanitário; a reorganização da Escola
do Exercito, e muitas outras de menor importância.
O
rei senhor D. Carlos, de quem era intimo e dedicado amigo, e suas majestades
as rainhas senhora D. Amélia e senhora D. Maria Pia, dedicaram-lhe
sempre grande estima e consideração. Exercia o cargo de chefe do
estado-maior da direcção geral de engenharia, quando faleceu. Era escritor
erudito e elegante; dirigiu a Revista de Engenharia Militar e
Civil, sendo um dos seus mais assíduos colabora dores. Tinha as
seguintes honras: Grande oficial da ordem de S. Bento de Avis, por
serviços distintos; comendador da mesma ordem, da de S. Tiago e da
de N. Sr.ª da Conceição; cavaleiro das referidas ordens; as
medalhas de ouro de bons serviços, e de prata de comportamento exemplar,
e era oficial de Instrução Publica de França.
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