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Faro e
Oliveira (Luís
de Faro e Oliveira, visconde de).
n.
[ 28 de fevereiro de 1847 ].
f. [ 29 de novembro de 1906 ].
É
natural de Lamego e foi educado no Porto.
Tendo
recebido a instrução elementar, sendo ainda muito novo partiu para
o Brasil, com a ideia de seguir a vida comercial. Esteve algum tempo
como caixeiro no Rio Grande do Sul, donde passou à capital do Rio
de Janeiro, exercendo o lugar de guarda-livros numa casa bancária
importante. A ideia de estudar e de se instruir preocupava-o mais do
que a ambição de fazer fortuna, e todas as horas que o trabalho do
escritório lhe deixava livres, aproveitava-as a estudar. Sendo
dotado de elevada inteligência, auxiliada da boa vontade, depressa
ganhou a reputação de rapaz muito hábil e ilustrado, que ele dia
a dia confirmava, atraindo também as maiores simpatias. Tornou-se
notável a influência que exercia entre a colónia portuguesa, pelo
seu génio trabalhador, e pela sue dedicação até ao sacrifício,
por tudo quanto respeitava à instrução, desenvolvimento e
progresso dos portugueses no Brasil.
Em
1886 fundou no Rio de Janeiro, com a firma comercial de Faro &
Nunes, a Livraria Contemporânea, que, graças à sua
acertada direcção, em breve se tornou uma das mais conhecidas do
Brasil. Aquelas vastas salas concorriam os homens mais afamados na
cultura das letras; ali se encontravam os mais entranhados adversários
políticos, uns e outros levados somente pelo amor da ciência e do
estudo, porque a Livraria Contemporânea era quase uma
academia. Data dessa época a fundação dos importantes
estabelecimentos de instrução, que muito honram o nome português
nas terras de Santa Cruz. Uma das páginas mais brilhantes da
biografia do estudioso titular é a fundação do Liceu Literário
Português, do Retiro Literário Português, e do Instituto
Profissional, mais apropriadamente chamado Beneficência
Portuguesa do Rio de Janeiro. A todos estes estabelecimentos
anda ligado o nome do sr. visconde de Faro e Oliveira, como um dos
maiores influentes fundadores. Como escritor, provou a maior competência
pelos seus estudos sobre as associações de beneficência do
Brasil, cujos relatórios fez publicar no Brasil-Portugal, e
que foram muito apreciados. Quando em 10 de julho de 1884 foi
inaugurado o novo edifício do Liceu Literário Português,
proferiu um discurso relatando a história minuciosa daquele
instituto desde o seu começo, e apesar de ter sido um dos
principais iniciadores e dos que mais trabalharam para a sue instalação,
nesse discurso que durou duas horas, teve a delicadeza de não fazer
a menor referencia a si próprio. Enquanto viveu no Brasil, os
portugueses tiveram sempre nele um protector dedicado. O governo
brasileiro agraciou-o com o oficialato da ordem da Rosa, e o governo
de Portugal lhe concedeu o título de visconde. Foi um dos
directores do Banco do Crédito Real do Brasil e tem sido
também director de outras empresas. É casado com uma senhora
brasileira, e há anos que vive em Sintra, na quinta que pertenceu
ao falecido marquês de Viana, e que é hoje propriedade sua.
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Genealogia
do visconde de Faro e Oliveira
Geneall.pt
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