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Fialho
de Mendonça (Manuel Matias Vieira).
n.
1779.
f. 14
de abril de 1813.
Bacharel
formado em Direito pela Universidade de Coimbra, professor de gramática
latina e advogado em Santarém, etc.
Nasceu
em Cabanas de Torres, termo da vila de Alenquer, em 1779; faleceu em
Coimbra a 11 de abril de 1813. Era filho de Manuel Vieira de Mendonça.
Foi
educado na cidade da Baía, onde seu pai exerceu por algum tempo
cargos de magistratura. Manifestando desde os primeiros anos notável
inclinação para os estudos e notável disposição para a poesia,
seguiu na Universidade de Coimbra o curso de jurisprudência, no
qual se formou em 1807, estabelecendo-se depois em Santarém como
advogado e professor de gramática latina. Ainda era estudante
quando imprimiu em Lisboa dois tomos de poesias, com o título de Rimas
poéticas. Em 1808, quando rebentou a insurreição portuguesa,
escreveu e publicou uma poesia entusiástica com o titulo de Canto
heróico, e talvez fosse por esse motivo que, em 1810, saiu de
Santarém, refugiando-se em Lisboa, juntamente com os povos da Beira
e da Estremadura, que foram mandados recolher a Lisboa, para fugirem
à invasão do exercito francês, comandado por Massena. Nessa
precipitada vinda para Lisboa trazendo a sua mobília e a sua
livraria, perdeu-se uma grande parte dela, e entre os livros e
manuscritos que se perderam, desapareceu uma tradução quase
completa da Eneida, de que só se publicou póstumo um
fragmento no Investigador português de Dezembro de 1814,
precedido de uma curta biografia do autor escrita por José Liberato
Freire de Carvalho. Depois da retirada do exército francês, Fialho
de Mendonça foi viver para Coimbra, e ali adoeceu gravemente com
uma lebre ética, de que veio a falecer, tendo 33 anos de idade. A
curta biografia foi reproduzida no Instituto de Coimbra, vol.
III, pág. 274, servindo uma e outra parte de prólogo ao fragmento
da versão do livro IV da Eneida.
Escreveu:
Rimas
poéticas, Lisboa, 1805, 2 tomos; no 1.º tomo vem a tragédia Atreu
e Tiestes, de que se tiraram exemplares em separado com o título
seguinte: Atreu e Tiestes; tragédia de Crébillon, traduzida do francês,
Lisboa, 1805; Canto heróico aos portugueses, Coimbra, 1808.
Consta que deixara quase concluído um Dicionário jurídico,
e uma excelente tradução da História da conjuração de
Catilina, de Salústio, que saiu publicada no Instituto de
Coimbra, vol. V, págs. 189, 210, 234, 262, 285, e vol. VI, págs.
43, 87, 98, 116 e 123. Esta tradução é precedida dum erudito prefácio
de Joaquim Alves de Sousa.
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