|
|
|
Ficalho
(António de Melo Breyner Teles da Silva, 2.º conde e 1.º marquês
de).
n.
23 de Agosto de 1806.
f. 27
de Abril de 1893.
Fidalgo da
Casa Real e seu mordomo-mor; 6.º senhor da Vila Verde de Ficalho e
do morgado de Serpa, conselheiro de Estado efectivo, gentil-homem da
câmara da rainha D. Maria II e dos monarcas D. Pedro V, D. Luís I,
e do senhor D. Carlos I; ajudante de campo do duque de Bragança, D.
Pedro IV, do príncipe D. Augusto de Leuchtemberg; do rei D.
Fernando II; par do reino, comendador de Santa Maria de Alcanede, na
ordem de Avis, e alcaide-mor da mesma vila; comendador
de S. Pedro de Gouveias e de S. Martinho de Pinhel, na ordem de
Cristo, etc.
Nasceu
a 23 de agosto de 1806, faleceu em 27 de abril de 1893. Era filho do
1.º conde de Ficalho, Francisco José de Melo Breyner Teles da
Silva, e de sua mulher, D. Eugénia de Almeida, que depois de viúva
teve os títulos de marquesa e de duquesa de Ficalho.
Os
nomes dos seus avós encontram-se nas páginas brilhantes da nossa
história: tomada da praça de Mourão cerco de Badajoz, batalha das
linhas de Elvas, etc. Sucedeu na casa de seu pai e no título de
conde, a 25 de agosto de 1812. Descendente de militares ilustres, o
marquês de Ficalho seguiu a carreira das armas, e tomou parte nas
campanhas da liberdade como ajudante de campo do duque de Bragança
D. Pedro, desde que o imperador aportou à ilha Terceira em 30 de março
de 1832, até ao seu falecimento em 21 de setembro de 1834. Na
Terceira distinguiu-se muito na batalha do dia 11 de agosto de 1829,
na vila da Praia da Vitória. Esteve no cerco do Porto entrando na
maior parte das batalhas que então se feriram, obtendo em combate
um posto de acesso pela sua intrepidez e valor. Desembarcou com o
duque da Terceira no Algarve, onde também entrou em combates, e
apenas chegou a Lisboa apressou-se a libertar sua valorosa mãe, que
tinha sido encerrada no convento de Carnide. Foi eleito par do reino
por carta régia de 30 de abril de 1826, de que prestou juramento e
tomou posse na sessão na respectiva câmara de 16 de agosto de
1834. Acompanhou desde Munique a Lisboa o príncipe D. Augusto
Carlos, duque de Leuchtenberg e de Santa Cruz, príncipe de
Eischstaed, primeiro marido de D. Maria II. Foi ajudante de campo do
rei D. Fernando II, até pedir a sua exoneração de oficial do exército,
que lhe foi concedida com as honras de tenente-coronel.
Casou
em 14 de setembro de 1834 com D. Maria Luísa Braamcamp de Almeida
Castelo Branco, dama de honor das rainhas D. Maria II, D. Estefânia,
e D. Maria Pia, filha do 1.º conde e 1.º visconde de Sobral, com
grandeza, e 2.º barão do mesmo titulo, Hermano José Braamcamp de
Almeida Castelo Branco. O marquês de Ficalho era associado
provincial da Academia Real das Ciências de Lisboa, vogal efectivo
do conselho de Agricultura, Comércio e Indústria. Possuía as
seguintes honras: grã-cruz da Ordem de Cristo, e da antiga e muito
nobre Ordem da Torre e Espada; grã-cruz das ordens da Rosa, do
Brasil; da Águia Vermelha, da Prússia; de Carlos III, de Espanha,
e de Santo Estanislau, da Rússia. O título de marquês, de juro
e herdade, foi concedido em 4 de abril de 1834.
|
|
|
|
|