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Eduardo Galhardo
Eduardo Galhardo

 

Galhardo (Eduardo Augusto Rodrigues). 

 

n.      26 de junho de 1845.
f.       [ 8 de fevereiro de 1908 ].

 

Governador na província de Macau ministro plenipotenciário na China, Japão e Sião [Tailândia], ajudante de campo honorário do rei, o senhor D. Carlos I, e do seu conselho, general de brigada, deputado, etc. 

Nasceu em Lisboa a 26 de junho de 1845. Era sobrinho do grande historiador Alexandre Herculano. 

Foi aluno do Real Colégio Militar e cursou a Escola do Exército. Assentou praça em infantaria a 12 de agosto de 1863, sendo despachado alferes para Infantaria 10 a 4 de fevereiro de 1865. Serviu em engenharia e em artilharia, passando novamente à infantaria, servindo no regimento n.º 11. Foi promovido a tenente em 16 de abril de 1871, a capitão em 23 de outubro de 1877, a major em 17 de março de 1886, a tenente-coronel a 23 de abril de 1891, a coronel em 4 de agosto de 1894, e a general de brigada em 28 de maio de 1903. Em 1881 foi nomeado comandante da companhia da correcção de S. Julião da Barra. Depois da sua promoção a major, em 1886, foi nomeado chefe de estado-maior da Inspecção de Infantaria, e durante esta comissão foi promovido a tenente-coronel e a coronel. Em 1892, o ministro da Guerra Pinheiro Furtado, escolheu-o para chefe do seu gabinete. Foi comandante dos Regimentos de Infantaria n.os 2 e 18. Entrando na política, sendo presidente do Conselho de Ministros o sr. conselheiro José Dias de Ferreira, o círculo de Mafra o elegeu deputado, e nas sessões da respectiva câmara tomou parte na discussão de assuntos militares. 

Foi no posto de coronel que em 1895 teve a nomeação de comandante das forças expedicionárias que nesse ano partiram para Moçambique, e ali dirigiu as operações da campanha contra o régulo Gungunhana, em que deu as maiores provas de bravura, distinguindo-se especialmente nas acções de Coolela, a 7 de novembro, e de Manjacaze. Em 11 do referido mês atacou com 700 homens o kraal, residência de Gungunhana, defendido por 10.000 vátuas, derrotando-os por completo. O kraal ficou incendiado, fugindo o régulo com o seu exército. (V. Albuquerque, Joaquim Mousinho de). A expedição regressou vitoriosa a Lisboa a bordo do vapor Zaire, onde chegou a 19 de janeiro de 1896, desembarcando no dia 20 no Arsenal da Marinha. A recepção foi brilhante. Compareceram suas majestades o rei, o senhor D. Carlos I, e as rainhas senhora D. Amélia e senhora D. Maria Pia, o príncipe D. Luís Filipe e o infante D. Manuel; o ministério, o Conselho do Almirantado, oficiais generais de terra e mar, muitas pessoas da corte, etc. Houve muitos festejos, iluminações, parada, ornamentações na fachada da câmara municipal, nas janelas das Secretarias de Estado no Terreiro do Paço, etc. Em 1898 ou 1899 foi nomeado governador de Macau, cargo que exerceu superiormente. 

O sr. general Rodrigues Galhardo possui as seguintes honras: grã-cruz da Ordem de N. Sr.ª da Conceição, grande oficial da da Torre e Espada, e da de S. Bento de Avis por serviços distintos; comendador da mesma Ordem de Avis e das de Cristo e de N. Sr.ª da Conceição; tem a medalha de ouro do valor militar, a da prata por bons serviços, a de ouro por dois anos de campanha, no ultramar, a de ouro comemorativa da expedição a Moçambique em 1894 – 1895. Tem a cruz de 3.ª classe da ordem de mérito militar de Espanha, e é cavaleiro comendador da ordem do império Índico (K. C. I. E.).

 

Adenda

Foi governador da Índia de 1900 a 1905.

 

 

 

Biografia de Eduardo Augusto Rodrigues Galhardo
Macau antigo

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume III, pág
s. 655-656.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral