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Isabel
(D.).
n. 6
de janeiro de [ 1668 ].
f. 28 de outubro de [ 1690
].
Princesa
de Portugal.
Nasceu
em Lisboa a 6 de janeiro de 1669 [correctamente, 1668], onde também
faleceu a 28 de outubro de 1710 [de facto, 1690]. Era filha de D.
Pedro II e de D. Maria Francisca de Sabóia Nemours, que casara com
D. Afonso VI, irmão de D. Pedro, e que vivendo ainda seu marido,
casou com seu cunhado.
D.
Isabel foi reconhecida como princesa real e herdeira presuntiva do
trono de Portugal, nas cortes que se celebraram em Lisboa no ano de
1674. Em 1679 tratou-se do seu casamento com Vítor Amadeu, duque de
Sabóia, seu primo, e as cortes, então reunidas em Lisboa,
derrogaram só por esta vez a lei chamada das
Cortes de Lamego, que
exclui todo e qualquer príncipe estrangeiro à Coroa.
A
25 de março de 1681, o marquês de Droné, embaixador da Sabóia,
fez cerimónia dos esponsais, em nome do duque seu amo, no salão
dos Embaixadores, e ali se deu o costumado presente à princesa. No
ano do 1682 foi enviado embaixador o duque de Cadaval para
acompanhar a Lisboa o real noivo. A esquadra que o conduzia
compunha-se de 8 navios, ricamente equipados. No fim de feliz
viagem, chegou a Vilafranca, donde o duque de Cadaval passou a Turim
e ali se encontrava o duque de Sabóia muito doente, ou dizendo-se
doente duma febre pertinaz. Este facto serviu de pretexto ao partido
contrário de Madame Real, mãe do jovem duque e regente
durante a sua menoridade, para adiar a viagem que ela muito
desejava, afim de assegurar uma coroa real a seu filho, dizendo também
o partido inimigo, que era para ficar governando sem competidor aos
seus estados, favorecendo nesse caso as ideias de Luís XIV, rei de
França. O embaixador português vendo que o duque de Sabóia se não
restabelecia, que o partido contrário à sua vinda para Portugal
aumentava todos os dias. e que o próprio duque se inclinava a esse
partido, resolveu voltar para o seu país, não querendo invernar
nos portos do Piemonte.
Este
incidente e a enfermidade que sobreveio à rainha D. Maria Francisca
de Sabóia, da qual faleceu
no dia 27 de dezembro
de 1688, romperam esta aliança, não desejando outra coisa os
portugueses senão ver casado de novo o príncipe D. Pedro; que já
tinha assumido o titulo de rei de Portugal, por ter morrido em
Setembro desse ano seu irmão D. Afonso VI. D. Pedro II satisfez o
desejo dos seus vassalos, casando em segundas núpcias em 1687, com
D. Maria Sofia de Neuburgo, filha do eleitor palatino Filipe
Guilherme de Neuburgo. Pensou-se depois em casar a princesa D.
Isabel com el-rei Luís XIV ou com o delfim seu filho; falou-se também
em Carlos II, de Espanha, no grão-duque de Toscana, no duque de
Parma e no príncipe Carlos palatino, porém nada se resolveu. A
morte dum príncipe, filho de D. Pedro II e da sua nova consorte,
que nascera em 1688 vivendo apenas alguns dias, tornou a princesa D.
Isabel segunda vez herdeira do trono de Portugal, mas a 22 de outubro
de 1689 nasceu outro príncipe, que de novo tirou esse titulo à
princesa. Este príncipe era o futuro rei D. João V. Adoecendo de
bexigas, nunca se pôde restabelecer dessa enfermidade, e
desesperando os médicos da sua vida, preparou-se para morrer cristãmente,
recorrendo aos sufrágios da igreja. Foi sepultada na igreja do
convento do Santo Crucifixo (Francesinhas), junto da rainha sua mãe,
que fora a fundadora do convento, e que também ali estava
sepultada.
A
princesa D. Isabel era muito instruída; falava com perfeição as línguas
francesa, italiana e espanhola; sabia latim e dedicava-se muito ao
estudo da história. O padre Orleães
escreveu a vida desta princesa e de sua mãe. Diz se que o
verdadeiro motivo de se ter desmanchado o casamento do duque de Sabóia
com a princesa D. Isabel, foi o receio dos saboianos da influência
preponderante de Luís XIV, que era quem desejava muito este
casamento, provavelmente para dar com a coroa de Portugal uma
compensação ao duque Vítor
Amadeu pela perda do Piemonte, que desejaria anexar à
França.
D.
Isabel Luísa de Bragança, princesa herdeira de Portugal
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