n. [ 1432 ].
f. [ 2 de dezembro de 1455
].
Rainha de Portugal, mulher de D. Afonso V, filha do infante D.
Pedro, duque de Coimbra, e de sua mulher, D. Isabel, de Urgel.
Nasceu em 1432, faleceu a 2 de dezembro de 1455. Ainda muito
criança celebraram-se os seus esponsais em Óbidos com seu primo D.
Afonso V, e o moço rei tanto se lhe afeiçoou, que apesar de o
terem indisposto cruelmente com seu tio, o regente do reino D.
Pedro, apenas subiu ao trono em 1447, a primeira coisa que fez, foi
tornar efetivo esses esponsais.
As intrigas palacianas e as lutas entre seu marido e seu pai,
amarguraram a vida d'esta senhora, que sucumbiu contando apenas 23
anos de idade. Os inimigos do regente, com especialidade o duque de
Bragança, temiam a jovem rainha, apesar de ela adorar seu marido, e
deixar-se levar mais pelas palavras de D. Afonso, do que pelas de
seu pai. Chegaram a levantar aleivosias e infâmias contra a honra
da rainha; para que o rei a repelisse, chegando os médicos e os
padres a aconselhai-o que não coabitasse com sua mulher, porque lhe
podia ser fatal à sua saúde. No entretanto, os inimigos não
conseguiram malquista-la com o rei, mas D. Isabel, apesar do amor de
seu marido, não pôde alcançar que ele se reconciliasse com D.
Pedro. Seguiu-se a infausta batalha de Alfarrobeira e a morre do
regente, e quando a desventurada rainha recebeu tão dolorosa
noticia, ficou perfeitamente fulminada, mas não se atreveu a
mostrar a intensidade da sua dor, tanto para não ofender o rei,
como por medo dos seus inimigos triunfantes. A muito custo conseguiu
de seu marido que o cadáver de seu pai fosse sepultado em sagrado,
e só em 1455, depois do nascimento de seu filho, mais tarde o rei
D. João II, é que pôde obter que fosse enterrado do convento da
Batalha. V. Afonso V e Pedro (D.) duque de Coimbra.