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Juromenha
(António
de Lemos Pereira de Lacerda Delgado, 1.º visconde de).
n. 2
de setembro de 1761.
f. 9 de agosto de 1828.
Moço
fidalgo com exercício, em 6 de abril de 1769; 14.º senhor do
morgado de Vale Formoso; comendador das ordens de Avis e da Torre e
Espada; condecorado com a granada de ouro pelas campanhas das
guerras da Catalunha e Rossilhão, com a medalha de campanha n.º 5
da Guerra Peninsular; por S. M. Britânica, com a de seis batalhas,
e por S. M. Católica com a de Albuera e Vitória; inspector geral
das Ordenanças do reino; governador da Torre de Belém, 1.º
alcaide-mor de Juromenha; tenente-general, secretário militar
durante toda a guerra, etc. Nasceu a 2 de setembro de 1761, faleceu
a 9 de agosto de 1828.
Era
filho do marechal de campo João António Pereira de Lacerda.
Seguindo como seu pai a carreira das armas, assentou praça em 1776,
foi despachado alferes em maio de 1782, e promovido a tenente em
agosto de 1789. Oferecendo-se briosamente para fazer parte da Divisão
Auxiliar a Espanha, foi elevado ao posto de capitão como agregado
ao regimento de Peniche, e nas batalhas da Catalunha e do Rossilhão
portou-se com toda a bravura. Segundo declara Cláudio de Chaby nos Excertos
Históricos,
o futuro visconde de Juromenha escreveu uma Memória
sobre os brilhantes feitos praticados pelas tropas portuguesas
naquela campanha. Esta Memória
foi entregue à Academia Real das Ciências. Segundo dizem,
encontram-se ali transcritas algumas cartas em que o jovem oficial
conta com singeleza mas vivamente a seu pai alguns episódios da
luta e os trabalhos e privações que sofreram os nossos soldados.
Em setembro de 1794 ficou com a efectividade do posto de capitão,
continuando a servir no regimento, até que em março de 1797 foi
colocado como major na Legião de Tropas Ligeiras. Nomeado
governador dos Rios de Sena e Sofala em 1802, teve o posto de
tenente-coronel, mas parece que não chegou a partir para o
Ultramar, porque no ano seguinte se encontra agregado à primeira
plana da corte, donde voltou em 1805 para o seu antigo regimento, à
frente do qual estava em 1807 quando se deu a invasão das tropas
francesas comandadas pelo general Junot. Sucedeu na casa de seu pai
em 17 de novembro de 1805.
Pouco
tempo depois do marechal Beresford ter assumido o comando em chefe
do nosso exército, Pereira de Lacerda, já então coronel, foi
nomeado secretário militar do monarca, cargo que exerceu até à
revolução de 1820, sendo por vezes encarregado de ir tratar negócios
importantes à corte do Rio de Janeiro. Durante esse período
ascendeu ao generalato, e seguindo os diversos postos, em 1813, era
tenente-general. Depois do marechal Beresford se ter retirado para
Inglaterra, esteve alguns anos em comissão, até que lhe foi dado o
importante governo da Torre de Belém.
Casou
em 4 de julho de 1802 com D. Maria da Luz Whillougby da Silveira,
filha de Francisco Xavier Willougby de Araújo, fidalgo da Casa
Real, cavaleiro da Ordem de Avis, major de cavalaria, e de sua
mulher D Ana Leonor da Silveira. Deste consórcio houve, entre,
outros filhos, D. Maria da Penha de Lemos Pereira de Lacerda, que
casou com o duque de Belune, Francisco Victor Perrin; D. Maria Joana
de Lemos Pereira de Lacerda, que casou duas vezes, a primeira com
Jacome Borel, ministro plenipotenciário do rei dos Países Baixos
em Lisboa, a segunda com Eduardo Maria Artan de S. Martin, cavaleiro
da Ordem de Guilherme, capitão ajudante de campo do príncipe
Frederico de Orange; D. Maria da Luz, casada com o moço fidalgo
Augusto de Sousa da Silva Alcoforado e João António de Lemos
Pereira de Lacerda, que foi o 2.º visconde de Juromenha.
O
título foi concedido pelo príncipe regente D. João por decreto de
17 de dezembro de 1815. A instituição do morgado do Vale Formoso
tem a data de 18 de janeiro de 1398.
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