Regedor
das Justiças da Casa da Suplicação, etc.
Nasceu
em Lisboa a 19 de janeiro de 1718; faleceu a 26 de junho de 1761.
Era filho primogénito do infante D. Miguel, filho legitimado do rei
D. Pedro II, e de sua mulher, D. Luísa Casimira de Nassau e Sousa
(V. o
artigo antecedente).
Foi
baptizado com a maior pompa a 17 de fevereiro de 1718, na capela do
palácio de seu pai, pelo patriarca de Lisboa D. Tomás de Almeida,
sendo padrinho o rei D. João V, seu tio, que assistiu à cerimónia
com seus irmãos, os infantes D. Francisco e D. António. No dia do
baptizado deu o título de duque de Lafões ao seu afilhado, de que
se passou carta a 5 de novembro do referido ano, agraciando também
sua mãe com o título de duquesa de Lafões, por mercê de 2 de abril
ainda de 1718, tendo a especial prerrogativa do tratamento de
alteza. A 21 de julho deste ano, D. João V fez doação a D. Pedro
de Bragança do concelho de Lafões, que criara em ducado, incluindo
nesta doação todas as vilas e terras do mesmo concelho, com todas
as jurisdições, foros e tributos, pertencentes à Coroa, datas de
ofícios e apresentação de juiz de fora.
Por
morte do infante D. Miguel sucedeu o duque em todos os bens da Coroa
e ordens, que seu pai possuiu, e depois por morte da duquesa sua mãe,
nos morgados pertencentes à casa de Arronches, ficando então 3.º
marquês de Arronches, 7.º conde de Miranda, senhor de Lafões e das
vilas de Miranda do Corvo, Jarmelo, Folgozinho, Sosa, Podentes,
Vouga e Oliveira do Bairro; comendador das comendas de S. Vicente,
de Vila Franca de Xira, de Santa Maria, da Golegã; N. Sr.ª das
Olalhas; Santa Maria, de Marmeleiro; senhor dos dízimos dos Moinhos
da ilha da Madeira e dos Açores; comendador duma das comendas das
Ervages, na ilha de S. Miguel; S. Salvador de Minhorais, no
arcebispado de Braga; S. Martinho, de Guilhelbreu, no bispado do
Porto; Mainhos, no da Guarda; Santa Maria, do Espinhal, no de
Coimbra; Santa Maria, de Alvito, no arcebispado de Évora; de N. Sr.ª
da Graça, de Alpalhão; Santa Maria, de Ares, no bispado de
Portalegre, todas na ordem de Cristo. Foi herdeiro da comenda
hereditária de Sousa, na de S. Tiago, no bispado de Coimbra;
alcaide-mor de Arronches, Alpalhão e na vila de Tomar; provedor da
capela do infante D. Henrique; padroeiro do convento de Santa
Catarina de Ribamar; da capela-mor de S. Domingos, de Aveiro, e das
abadias de S João de Lobrigos, no concelho do Penaguião; Santo
André, da Várzea de Ovelhano de Gouveia Riba Tâmega, com
alternativa com o bispo; Santa Leocádia, no de Baião; S. Tiago, de
Valadares, do mesmo concelho com alternativa; os priorados de Santa
Maria, S. Miguel e S. Pedro, na vila de Jarmelo, e o de Água Bela,
no bispado da Guarda; os priorados de S. Cristóvão, de Macinhata,
no termo da vila de Serem, e de Santa Maria, de Podentes, ambos no
de Coimbra; as vigararias de S. Miguel, de Sousa, no dito bispado; e
de S. Pedro, de Valongo, no arcebispado de Braga.
O
duque de Lafões teve uma educação primorosa, assim como todos os
seus irmãos, instruindo-se nas belas letras e em Filosofia. Em 1749
entrou para a Casa da Suplicação, como Regedor das Justiças.
As
suas armas são: Escudo esquartelado; no 1.º e 4.º quartel as
armas de Portugal; no segundo e terceiro em campo sanguinho quatro
crescentes de lua de prata apontadas; timbre, um castelo do escudo.