Nasceu
a 10 de Novembro de 1800.
Era
filho segundo dos 5.os duques de Cadaval, D. Miguel
Caetano Álvares Pereira de Mello e D. Maria Madalena Henriqueta
Carlota Emília de Montmorency Luxembourg.
Foi
3.º duque de Lafões pelo seu casamento com a 3.ª duquesa deste título,
filha do 2.º duque D. João Carlos de Bragança, D. Ana Maria José
Domingas Francisca Júlia Senhorinha Mateus Joana Carlota de Bragança
e Ligne Sousa Tavares Mascarenhas da Silva, a qual nasceu a 21 de setembro
de 1797, sucedeu a seu pai na sua importantíssima casa a 10 de novembro
de 1806; recebendo o título de 3.ª duquesa de Lafões, por carta
de 12 de março de 1807, em que se declara ser-lhe dado o título de
juro e herdade, com uma vida fora da lei mental, e por outra de 3 de
julho teve o assentamento, que com ele lhe competia, de 750$000 reis
anuais. Era também a 5.ª marquesa de Arronches, 7.ª condessa de
Miranda,
a 33.ª senhora da nobre casa de Sousa, assim, como de todos os bens
da Coroa e ordens à mesma pertencentes, incluindo-se a comenda de
Alvalade, na Ordem de S. Tiago da Espada, de que houve mercê a 10
de abril do mencionado ano de 1807, e se lhe passou carta em 26 de julho
de 1826; e a 24 do referido mês de abril de 1807, teve outra carta
de privilégios de desembargador. Sucedeu no morgado de Medelo e
outros da casa de Marialva, a seu tio materno e último marquês de
Marialva, D. Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho, falecido
em Paris em 22 de novembro de 1823 sem deixar sucessão.
O
rei D. João VI deliberou que a cerimónia do casamento se
realizasse na sua real capela, a igreja patriarcal da Ajuda, com a
grandeza correspondente à superior hierarquia dos noivos, ficando
assim ligadas as duas nobres e ricas casas de Cadaval e Lafões. As
escrituras foram assinadas no dia 23 de novembro de 1819 com
intervenção do marquês de Borba, conde de Peniche e
desembargadores do Paço Alexandre José Ferreira Castelo e José
Cardoso Ferreira Castelo, como procuradores do rei. No dia seguinte
efectuou-se este auspicioso consórcio. Da quinta do marquês de
Marialva, em Belém, saiu a pomposa comitiva, sobressaindo a magnífica
berlinda puxada por três tiros de formosos cavalos primorosamente
arreados, conduzindo a duquesa de Lafões e a marquesa de Tancos, viúva.
O noivo ia acompanhado de seu irmão, o duque de Cadaval. Chegados
à igreja patriarcal tomou a cauda da noiva o marquês de Louriçal,
e assim se dirigiram à sala, onde estavam os membros do governo,
que representavam o monarca, por sua expressa determinação. Foi
celebrante o principal Freire, deão da Santa Igreja Patriarcal, no
impedimento do cardeal patriarca. Tocaram por padrinhos, em nome de
suas majestade, o marquês de Borba, conde de Peniche, a condessa de
Soure, D. Catarina, e a viscondessa da Lourinhã, damas de honor. Após
o casamento, foi logo o noivo reconhecido como duque de Lafões, por
mercê de D. João VI, de que veio a tirar carta em 19 de abril de
1823. D. Segismundo Caetano Álvares Pereira de Melo foi também
marquês de Arronches, conde de Miranda, par do reino, por carta régia
de 30 de abril de 1826, idêntica à do duque de Cadaval, seu irmão,
do conselho do rei; grã-cruz da Ordem de N. Sr.ª da Conceição;
comendador da de Cristo, na qual, a título de cavaleiro do hábito,
professou em 13 de março de 1822 na igreja da Conceição, dos
freires da mesma ordem, de Lisboa, em virtude do decreto de 29 de março
de 1819; cavaleiro da ordem de S. João de Jerusalém, admitido em 8
de março de 1801 com as competentes dispensas, tanto de menoridade
como de prorrogação do tempo da profissão, dadas pelo núncio
apostólico, monsenhor Caleppi, em breves que tiveram o beneplácito
régio, sendo o último de 12 de dezembro de 1818.
Por
ocasião da partida das pessoas reais para o Brasil, em 1807, foi
também na companhia de seus pais e estando na corte do Rio de
Janeiro, foram-lhe concedidas, por carta de 16 de junho de 1810, as
honras de marquês, declarando-se que precederia aos deste titulo
que fossem criados depois dele, de que se passou apostilha em 13 de
maio de 1812; e nestas mercês se diz: "por ser irmão do duque
de Cadaval, meu primo". O duque de Lafões era sócio honorário
da Academia Real das Ciências de Lisboa, desde 10 de janeiro de
1822. Pelo falecimento de D. João VI, voltou ao Rio de Janeiro, na
companhia do arcebispo de Lacedemónia, D. António José Ferreira
de Sousa, e do juiz de fora de Coruche, Francisco Eleutério de
Faria e Melo, que em comissão por ele presidida, iam da parte do
reino enviados a D. Pedro, imperador do Brasil, na qualidade de rei
de Portugal, sucessor da monarquia, a dar-lhe os pêsames pela morte
de seu pai, comunicar-lhe a instalação do mesmo governo e o que a
tinha preparado, e oferecer-lhe em nome dele os rendimentos de
vassalagem; ia mais o duque encarregado de instruções particulares
muito graves, que tinha de apresentar ao mesmo imperador D. Pedro,
sendo a mais terminante declarar-lhe que por maneira alguma os
portugueses se sujeitariam a ser governados do Brasil; assim como de
apontamentos e lembranças enviadas pelos conselheiros e secretários
de Estado do que julgavam mais proveitoso e indispensável aos
interesses do reino. Saíram de Lisboa a 29 de abril de 1826, a
bordo da nau D. João VI, e chegaram ao Rio de Janeiro a 6 de
julho; mas como no seguinte dia 7 desembarcava no porto de Lisboa sir
Charles Stuart, vindo daquela corte com 57 dias de viagem a bordo da
fragata Diamond, trazendo
a Carta Constitucional, o acto da abdicação da coroa destes reinos
feita por D. Pedro em sua filha D. Maria da Glória, princesa do Grão-Pará,
e outros diplomas régios de não menor importância, e a comissão
logo foi sabedora, assim que aportou ao Rio de Janeiro, de ter de lá
saído o mencionado diplomata e da missão a que vinha, caducaram as
incumbências que levava, limitando-se a sua ida unicamente aos
cumprimentos, findos os quais voltaram à pátria as pessoas que
dela faziam parte. O duque e Francisco Eleutério de Faria e Melo
vieram no paquete. inglês, que a 6 de janeiro de 1827 saiu daquele
porto para o de Falmouth, embarcando aí em outro paquete da mestria
nação, chamado Magnet, fundearam no Tejo a 14 de maio, e no
dia 30 de março havia entrado a barra com 80 dias de viagem a
galera Orpheo conduzindo o arcebispo de Lacedemónia.
A
duquesa de Lafões faleceu no seu palácio ao Grilo em 12 de setembro
de 1851, e foi sepultada na capela de Marvila. Do consórcio dos 3.os
duques de Lafões houve uma filha, D. Maria Carlota de Bragança e
Ligne Sousa Tavares Mascarenhas da Silva, que nasceu a 22 de agosto
de 1820 e faleceu em 1 de outubro de 1865, a qual sucedeu nos
morgados e em todos os mais bens da mesma casa e da de Marialva, por
morte de sua mãe. Casou a 29 de setembro de 1853 com D. Pedro de
Portugal e Castro, bacharel formado em direito pela Universidade de
Coimbra, que nasceu a 16 de abril de 1830, sendo 6.º filho dos 5.os
marqueses de Valença, D. José Bernardino de Portugal e Castro e D.
Maria José de Noronha, o qual faleceu a 26 de agosto de 1878. Deste
consórcio houve os seguintes filhos: D. Ana de Bragança, que
nasceu a 13 de julho de 1855, e casou com o 3.º conde de Bertiandos
(V. este titulo); D. Caetano Segismundo de Bragança, actual
representante da casa de Lafões, nascido a 12 de maio de 1856, par
do reino por carta de 17 de março de 1882; sucedeu a sua mãe no
direito aos títulos dos seus antepassados, mas não nos morgados
que ela administrava das casas de Sousa e Marialva, etc., por terem
sido extintos os morgados; D. José de Bragança, que nasceu a 7 de
abril de 1857, casado com Sofia Ribeiro da Silva; D. Segismundo de
Bragança, nascido a 8 de março de 1858, e D. João de Bragança
nascido a 3 de setembro de 1859.