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Le Cocq (Luís Vítor).
n. 21
de fevereiro de 1828.
f. setembro de 1892.
General de engenheiros.
Nasceu
em Castelo de Vide a 21 de fevereiro de 1828, onde também faleceu
em Setembro de 1892. Era filho de João José Le Cocq, proprietário
em Castelo de Vide, e de sua mulher, D. Maria Leonor Bachelay Le
Cocq.
Aos
23 anos de idade tinha já concluído todos os estudos para a arma
de engenharia; por vezes interrompidos pelos acontecimentos políticos.
Em 9 de abril de 1851 foi nomeado alferes aluno para o Regimento de
Cavalaria n.º
2, Lanceiros da Rainha, e em 11 de junho do mesmo ano promovido a
alferes efectivo, sendo então transferido para Cavalaria n.º 8.
Havendo já concluído o curso de engenharia, foi por decreto de 28
de julho de 1853 promovido ao posto de tenente deste mesmo
regimento, recebendo depois, em 26 de novembro, ordem para se
apresentar ao serviço do Ministério das Obras Públicas,
recentemente criado, e do qual foi primeiro ministro o falecido
estadista Fontes Pereira de Melo.
Luís
Victor Le Cocq começou então a desenvolver toda a sua actividade,
porque passou imediatamente a exercer as funções de chefe de secção
da direcção das obras públicas dos distritos de Évora e Portalegre, onde serviu
sob as ordena do director Chelmicki. Nesta qualidade desempenhou
sempre com muita competência todos os trabalhos técnicos,
levantando plantas, fazendo traçados, e realizando importantes
obras de arte. Em 22 de julho de 1856 foi nomeado director das obras
públicas do distrito de Portalegre, promoveu, nesta parte do
Alentejo, importantes melhoramentos na viação pública, fazendo
novas estradas, que se tornaram elementos de riqueza para o
desenvolvimento agrícola
dos vastíssimos terrenos daquela província.
Em
22 de setembro de 1862 o governo convidou-o para tomar a direcção
suprema das obras públicas do distrito do Porto, segundo distrito
do reino, cargo em que se houve com louvor das portuenses e proveito
da causa pública. Por decreto de 3 de outubro de 1864 organizou o
governo o Corpo de Engenharia Civil, ficando o tenente Le Cocq, em
virtude do decreto de 12 do referido mês, colocado no lugar de
chefe de segunda classe, e desligado do Corpo de Engenharia Militar,
com a graduação de capitão, que lhe foi concedida por decreto de
21 de março de 1865. Nesta posição o chamou o governo em 9 de julho
de 1866 para o exercício dum cargo, em que brilharam as mais altas
capacidades da engenharia civil e militar. Grande honra recebeu
decerto o jovem engenheiro civil em ser colocado à frente duma
repartição, a primeira das obras públicas da país; era um
encargo pesadíssimo pela complicação e multiplicidade de
trabalhos.
Sem
falar nas estradas reais construídas por Le Cocq, bastam os edifícios
levantados ou reedificados, e outros muitos trabalhos, para que o
seu nome ficasse glorioso em Portugal. Ao concluir a reedificação
do edifício do Asilo de D. Maria Pia, o rei D. Luís, fazendo um
pequeno panegírico dos serviços prestados pelo engenheiro Le Cocq,
lhe lançou ao pescoço o colar da Ordem de S. Tiago. São trabalhos
de Luís Victor Le Cocq o torreão do lado oriental da Praça do
Comercio, a sala do tribunal respectivo, o edifício do ministério
do reino, e a conclusão do arco da rua Augusta.
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