Deputado,
par do Reino, capitalista, presidente da Associação Comercial de
Lisboa, etc. Nasceu em Lamego em 1811, faleceu em Lisboa a 8 de dezembro
de 1865. Era filho de pais humildes.
Revelando
desde criança uma viva inteligência, foi estudar para Coimbra, mas
as lutas civis da Liberdade, o obrigaram a interromper os estudos,
que nunca mais continuou. Tendo então granjeado alguns bens de
fortuna, estabeleceu-se no Porto, em 1834, como negociante de
vinhos, tornando-se logo distinto na sua classe, pela sua inteligência,
probidade, e conhecimento dos negócios. Em 1845 fazia parte da
direcção do Banco Comercial do Porto e da Companhia da Agricultura
das Vinhas do Alto Douro. Os accionistas dedicavam-lhe a mais plena
confiança, que muito se justificava pela firmeza e prudência de
que deu provas na época da revolução conhecida por Maria
da Fonte, quando o Porto estava no poder dos insurgentes,
decididos a sustentarem uma luta tenacíssima contra o governo.
Costa Lobo conservou se no Porto à frente desses estabelecimentos,
dirigindo-os com raro acerto em época tão revoltosa.
No
referido ano de 1845 a província do Douro o elegeu seu deputado,
sendo, porém, esta câmara dissolvida, tornou a elege-lo para a
legislatura de 1846, mas esta câmara também se dissolveu, e em
1848 as duas províncias, Douro e Trás-os-Montes, o apresentaram
como seu representante em cortes, pela máxima confiança e
consideração que lhe merecia um homem que dera provas de tanta
competência e energia nas circunstancias difíceis em que se
encontrara no Porto. Em 1851 foi o círculo de Lamego que o elegeu
deputado para as cortes constituintes que se iam reunir.
Levantou-se, porém, a questão da sua elegibilidade, entendendo
nessa ocasião a maioria que a não tinha, por ser um dos caixas do
Contrato do Tabaco. Por este facto não se verificou a eleição, e
só em 1858, quando acabou o Contrato, que até então estivera
vigente, é que voltou ás assembleias legislativas tendo sido
sucessivamente eleito pelos círculos do Porto e de S. João da
Pesqueira. A 17 de maio de 1861 foi eleito par do reino. Teve também
a carta de conselho, foi membro da Junta do Comércio e Indústria,
junto do ministério das obras públicas, e durante alguns anos
presidente da Associação Comercial de Lisboa. Durante a epidemia
da febre-amarela, que assaltou a capital em 1857, prestou serviços
muito importantes, sendo membro duma comissão encarregada de prover
ao sustento económico e higiénico das classes indigentes. O relatório
dessa comissão mereceu que o ministro do reino, então. o marquês
de Loulé, o elogiasse numa portaria de louvor em termos
extremamente honrosos.