Jurisconsulto;
doutor e lente da Universidade de Coimbra, promotor, deputado e
inquisidor, desembargador dos agravos da Casa da Suplicação e
deputado da Mesa da Consciência e Ordens.
Passava
por ser homem muito erudito e em Roma fizera boa figura quando ali
fora com os cardeais Pereira e Cunha; mas tinha um génio muito
jovial e os seus ditos sarcásticos e epigramáticos não poupavam
ninguém. Foi exactamente por causa dessa mordacidade, que, em agosto
de 1756, Filipe Maciel foi chamado à Secretaria do Reino, para se
lhe intimar ordem de sair da corte para a distância de sessenta léguas,
dando-se-lhe por motivos deste desterro o ter falado mal do soberano
e das suas determinações. Filipe Maciel escolheu para sua residência
Viana do Minho, e ali faleceu.
Era
membro da Academia Real de História, e na colecção de Memórias
dessa sociedade se imprimiram algumas Contas dos seus estudos,
publicando-se em separado um Elogio fúnebre do jesuíta António
Simões.