Nasceu
na freguesia de Arneiros, do bispado de Lamego, em dezembro de 1754,
faleceu em Vila Nova do Souto d'EI-Rei a 16 de maio de 1833. Era
filho de José de Magalhães Avelar Barbedo, e de D. Maria Leonarda
Pinto.
Matriculando
se na Universidade de Coimbra na faculdade de cânones, alcançou o
grau de doutor. Passando depois a lente catedrático. Foi nomeado cónego
doutoral da Sé de Lamego, deputado extraordinário da inquisição
de Coimbra, e por último eleito bispo do Porto, sendo sagrado a 29
de junho de 1816. Logo que o exército libertador entrou no Porto, o
bispo retirou-se para a sua casa de Vila Nova do Souto d'El-Rei,
onde faleceu, e foi sepultado na Sé de Lamego.
Era
tido como homem muito erudito, versado sobretudo em história e
antiguidades, e dotado duma memória prodigiosa. Consta que começara
em diversos tempos várias obras e memórias, sobre diversos
assuntos, das quais umas concluídas e outras imperfeitas existiam
na sua riquíssima livraria, composta de mais de 32.000 volumes, que
juntara durante mais de trinta anos. Esta livraria foi sequestrada
em 1832 pelo governo constitucional, serviu de núcleo para a
Biblioteca Pública do Porto, e foi depois comprada para o Estado
aos herdeiros do bispo por 24.000$000 réis, como se vê dum folheto
publicado por um dos herdeiros, o conselheiro Fernando de Magalhães
e Avelar, com o seguinte título: Memória
acerca da livraria dos herdeiros do bispo do Porto D. João de
Magalhães e Avelar, vendida ao estado por escritura pública
lavrada nas notas do tabelião Tomás Isidoro da Silva Freire em 7
de março
de 1811, por efeito da lei de 30 de junho
de 1813, Lisboa, 1846. O bispo possuía também um precioso
monetário, que os herdeiros venderam em Inglaterra.
São
conhecidas as seguintes publicações do bispo D. João de Magalhães
e Avelar: Pastoral aos párocos
da sua diocese, recomendando-lhes que instruam os paroquianos nos
dogmas da igreja católica, e na moral evangélica, e lhes persuadam
as vantagens da nova situação política inaugurada em 24 de agosto
de 1820, Porto, 1821; Pastoral
ao clero e povo da mesma diocese, congratulando-se pela queda do
governo constitucional, e combatendo as doutrinas propugnadas pelos
adeptos do liberalismo, Porto, 1823.